A esdrúxula convocação por iniciativa do
Ditador Nicolás Maduro de assembléia constituinte (as minúsculas não
estão aí por acaso) não é nada mais do que ulterior golpe contra a
democracia na Venezuela. Golpes, esse ditadorzinho de fancaria, já deu muitos,
a partir de ignorar a convocação da votação constitucional pela qual o Povo
venezuelano decidiria acerca do seu recall
(saída do poder). Empregando série de pretextos espúrios, a ratazana - que fora
empulhada ao povo da Venezuela pelo seu moribundo padrinho Hugo Chávez Frias - escapou, cínica e ignominiosamente das forcas
caudinas da indignação popular com o seu trágico desgoverno.
Valendo-se das desavergonhadas desculpas
dos maus governantes, Maduro pensou livrar-se da ira popular, para cair na
cólera da gente venezuelana, mais do que cansada, farta de governo tão inepto
quão desonesto. Nada mais claro e evidente para justificar o levante da
população, que a situação em que esta corja chavista veio a criar para a terra
venezuelana.
Além de hiperinflação que já tornou
risível o valor do bolívar, mistura de incapacidade e deslavada desonestidade,
transformaram a Venezuela no país da fome, em que os armazéns, supermercados,
as farmácias e as próprias feirinhas estão às moscas, efeito das desastrosas e
incompetentes políticas da corja de Maduro & Diosdado Cabello. Por outro
lado, o fantasma da quebra do país - e a transformação da Venezuela em uma
gigantesca Somália - não mais pode ser empurrado com a barriga.
Na Venezuela de Maduro, o cinismo
da súcia que se apoderou do mando imaginou agora o golpe dentro do golpe, i.e.,
a Assembléia Constituinte de
fancaria, sem qualquer legitimidade, eis que não obedece à regra nenhuma e
muito menos à universalidade que impõe o vestimento indispensável da soberania
popular.
É a falsa Constituinte, saída dos
bairros e das favelas onde se refugiam as posses chavistas, com os famigerados coletivos, que matam a rodo, apoiados
que estão na provisória garantia que lhes dá um regime podre. Pois este lhes 'confere'
a infame autorização de matar a todos os
opositores da canalha chavista. O cinismo, de resto, constitui a marca ou o estigma de todas as corporações
supostamente legais, formadas pela ditadura de Maduro, que se intitulam
bolivarianas. Nada mais contrário ao que pensou, postulou e pregou o Libertador
do que as tristes tarefas ora realizadas pela canalha chavista, que denomina de
"bolivarianos" os órgãos de repressão da democracia.
Não tem outro escopo essa lúrida
Constituinte chavista que derrogar os poderes da Assembléia Legislativa
legitimamente eleita pelo Povo da Venezuela, ao passo que essa
mini-Constituinte faz o sujo trabalho da ditadura, sem o respaldo do voto
universal. Adrede selecionada dentre as confrarias chavistas e as favelas
dominadas por essa gentalha, o seu escopo é um só: ab-rogar o poder da
Assembleia Nacional e vestir de falsa legalidade constituinte que muito pouco
representa, eis que a inquina a falsidade dos próprios títulos, colhidos pela
ditadura sem a universalidade que é o sagrado
sinal da legitimidade.
Já se vive na Venezuela o inferno
da ditadura. A eleição desta Constituinte - que decerto não representa o Povo
da Venezuela - serve apenas a fins espúrios e antidemocráticos.
É mais do que hora que a terra de
Bolivar seja limpa da corja chavista e desse incongruente regime, que só atende
à quadrilha de Nicolás Maduro.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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