Embora a eleição
americana seja só na próxima 3ª Feira, oito de novembro, há muitos estados
americanos em que o eleitor pode antecipar desde já o seu voto. Nos estados em
que as urnas eleitorais já estão recebendo sufrágios, como na Carolina do Norte,
Hillary Clinton tem solicitado aos
eleitores negros que votem antecipadamente, castigando
os atuais republicanos que pleiteiem a reeleição, pelo eventual apoio dado a Donald
J. Trump.
A tática democrática é a seguinte: transformar
a atual vantagem de Hillary sobre Trump em um avanço irrecuperável. Nos núcleos democratas é esta a mensagem da
candidata. Em estados como a Carolina do Norte e a Flórida, com tal votação
pró-democrata, ao concretizar uma larga vantagem sobre Mr. Trump, estariam
colocadas as condições de inviabilizar a eventual reação tardia do republicano.
Valendo-se dessa onda anti-Trump, a
candidata Hillary não mais se contenta em mero triunfo contra o enfraquecido
oponente, mas quer ver a votação refletir-se também no Congresso (Senado e
Câmara!), com a sua mensagem aos votantes de repudiar tanto Trump, quanto os
republicanos que o apoiam, e assim dar força aos democratas no Congresso.
Essa orientação de Hillary Clinton,
enquanto não só candidata à presidência, mas também porta-bandeira dos
democratas no Congresso, se reflete em muitos estados - tantos os que sufragam
os democratas, quanto os até agora
considerados republicanos. Mesmo em estados até hoje dominados pelo GOP, como Arizona, Carolina do Norte,
Nevada, Flórida, Pennsylvania e New Hampshire, o Partido Republicano
implicitamente reconhece que Hillary é a provável próxima Presidente, e pede o
apoio dos votantes republicanos para 'limitar o poder de Hillary Clinton'.
Dessarte, além de estar distanciado
por larga margem nas pesquisas nacionais, o que se afigura ainda mais grave
para o establishment republicano, é que a vantagem de Hillary se reforça em estados vitais para
o controle do Senado, como Carolina do Norte, Nevada, Pennsylvania, Flórida e
New Hampshire.
A escolha de Donald Trump pelo
GOP, e os prejuízos eleitorais decorrentes desta opção, não se cingem apenas à
disputa presidencial. Nesta, a atual vantagem de Hillary é de doze pontos -
cinquenta contra 38% para Trump, no voto nacional.
Trump, no entanto, não vem
cooperando muito com as tentativas de adotar linha de ação mais positiva, com
menos lamentações e queixas pessoais.
No campo democrata, a ação de Hillary
e de seus partidários reflete o
dinamismo que confere a perspectiva de a vitória conseguida com muito denodo e
esforço. A senhora Clinton passará dois dias da semana corrente na Flórida, e
regressará à Carolina do Norte para um evento com a Primeira Dama Michelle
Obama, com o escopo tendente a assegurar a vantagem nesses dois
estados cruciais no caminho para a Casa Branca.
Hillary tem sido validamente
ajudada por políticos com grande simpatia, como a ex-Representante Gabrielle
Giffords (que sofreu no passado um covarde atentado) e o seu esposo, Mark
Kelly, que sempre apoiaram vigorosamente a Senhora Clinton. A corajosa dupla democrata realiza um evento
em Tucson, Arizona, que apesar de normalmente estado republicano, poderá ser arrebatado pela Senhora Clinton. (a continuar)
( Fonte: The New York Times )
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