sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Marcelo Odebrecht e a Lava-Jato

                              

        O ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, segundo se supõe, não esperava ainda pena de quatro anos de prisão firme, depois de fazer a respectiva delação premiada. Como se sabe, o juiz Sérgio Moro condenara, em março último, Marcelo Odebrecht a dezenove anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.  Multa bilionária também está sendo negociada. Será provavelmente superior aos montantes fechados em acordo com a Andrade Gutierrez, de R$ 1 bilhão, e a Camargo Corrêa, de R$ 700 milhões.
        A expectativa de Marcelo Odebrecht era de lograr com a delação premiada uma redução substancial da pena. Não contava ainda com quatro anos de prisão firme, do que no entanto devem ser descontados, pelo menos, um ano e quatro meses já cumpridos pelo executivo da Odebrecht (está preso em Curitiba desde junho de 2015).
        Sem embargo, desde que iniciou as conversas para fechar a colaboração com a Justiça, o ex-presidente da Odebrecht já se reuniu com integrantes da força-tarefa da operação pelo menos três vezes, em encontros que duraram  mais de cinco horas cada um.
       Em tais reuniões, Marcelo Odebrecht  expôs de forma pormenorizada o funcionamento do esquema montado entre a empresa e os políticos, e funcionários da Petrobrás, o que produziu um maço de cerca de noventa páginas.
       Os advogados da defesa vão pleitear que o ex-presidente da Odebrecht possa deixar a prisão tão logo o acordo de delação for homologado pelo Ministro Teori Zavascki.  Dessarte, Marcelo estaria solto para passar as festas de fim de ano com a família.
       Todavia, com a pena de quatro anos,  a banca de advogados pleiteia que o ex-diretor da Odebrecht tenha o direito de passar o Natal em casa.
        A expectativa será até maior de parte daqueles mencionados na delação de Marcelo.  Por enquanto, filtraram para a imprensa - como referido na reportagem de Marina Dias, da Folha - que foram mencionados nas conversas preliminares ( e, portanto, fica em aberto que estejam ou não incluídos no texto definitivo da delação ) as seguintes personalidades, consoante referidas pela Folha: os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer, o atual Ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), além de governadores e parlamentares (cujos nomes não são declinados pela matéria da Folha de S. Paulo).



( Fonte: Folha de S. Paulo )

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