O ex-presidente e
herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo
Odebrecht, segundo se supõe, não esperava ainda pena de quatro anos de
prisão firme, depois de fazer a respectiva delação premiada. Como se sabe, o juiz
Sérgio Moro condenara, em março último, Marcelo Odebrecht a dezenove
anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação
criminosa. Multa bilionária também está
sendo negociada. Será provavelmente superior aos montantes fechados em acordo
com a Andrade Gutierrez, de R$ 1 bilhão, e a Camargo Corrêa, de R$ 700 milhões.
A expectativa de Marcelo Odebrecht era
de lograr com a delação premiada uma redução substancial da pena. Não contava
ainda com quatro anos de prisão firme, do que no entanto devem ser descontados,
pelo menos, um ano e quatro meses já cumpridos pelo executivo da Odebrecht
(está preso em Curitiba desde junho de 2015).
Sem embargo, desde que iniciou as
conversas para fechar a colaboração com a Justiça, o ex-presidente da Odebrecht
já se reuniu com integrantes da força-tarefa da operação pelo menos três vezes,
em encontros que duraram mais de cinco
horas cada um.
Em tais reuniões, Marcelo Odebrecht expôs de forma pormenorizada o funcionamento
do esquema montado entre a empresa e os políticos, e funcionários da Petrobrás,
o que produziu um maço de cerca de noventa páginas.
Os advogados da defesa vão pleitear que
o ex-presidente da Odebrecht possa deixar a prisão tão logo o acordo de delação
for homologado pelo Ministro Teori Zavascki.
Dessarte, Marcelo estaria solto para passar as festas de fim de ano com
a família.
Todavia, com a pena de quatro anos, a banca de advogados pleiteia que o
ex-diretor da Odebrecht tenha o direito de passar o Natal em casa.
A expectativa será até maior de parte
daqueles mencionados na delação de Marcelo.
Por enquanto, filtraram para a imprensa - como referido na reportagem de
Marina Dias, da Folha - que foram mencionados nas conversas preliminares ( e,
portanto, fica em aberto que estejam ou não incluídos no texto definitivo da
delação ) as seguintes personalidades, consoante referidas pela Folha: os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, o
presidente Michel Temer, o atual
Ministro das Relações Exteriores, José
Serra (PSDB), além de governadores e parlamentares (cujos nomes não são
declinados pela matéria da Folha de S. Paulo).
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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