Com referência ao artigo de ontem, e a
possível incidência de investigação do FBI acerca do ex-deputado Anthony Weiner
na votação presidencial, aumentou a raiva dos democratas contra esse político -
que tentara recuperar o próprio mandato em
2013 para consternação de muitos.
Antes casado com Huma Abedin, a
respeitada assessora de Hillary, veio agora a lume a apreensão pelo FBI das
comunicações por e-mail dessa
assessora da candidata democrata à presidência.
Há muita raiva, de resto
compreensível, com mais esse episódio ligado a e-mails concernentes à candidata democrata. O que mais provoca
espécie é o inusitado e estranho timing de
outra exposição de e-mails
relacionados com Hillary, nesse caso através de sua respeitada assessora Huma
Abedin.
Quem não é respeitado, sendo na
verdade desprezado pelo estamento democrata, é o ex-político Anthony Weiner, já
desmoralizado pelos numerosos escândalos sexuais a ele ligados.
Dessarte, a reação dos democratas
ao saber que o FBI não só apreendera o maço de Huma Abedin (o que inclui
comunicações relativas ao ex-deputado), mas também, antes de verificar da
procedência de suspeitas quanto a e-mails
concernentes à candidata, teria levantado a questão em comunicações diretas
para as lideranças congressuais, provocando fortes e previsíveis reações diante
de tal iniciativa, jamais vista anteriormente - e por compreensíveis e fundadas
razões - dada a possibilidade de prejudicar a candidata democrata, sem qualquer
base válida.
Que tal tipo de iniciativa jamais tenha
sido ousada no passado é mais do que explicável pela delicadeza do tema e da
necessidade de preservar a campanha presidencial, nas suas semanas derradeiras,
de especulações destituídas de fundamento e de influências espúrias e
indeterminadas. Entende-se, por conseguinte, a observação feita em declaração
oficial pela respeitada Senadora Dianne
Feinstein: "O FBI tem uma história de extrema cautela nas cercanias do
Dia da Eleição, de modo a não influenciar-lhe os resultados. A quebra
hodierna nesta tradição é apavorante (appalling)"[1].
A ambígua posição adotada pelo Sr. James Comey tem sido contestada tanto pela
candidata democrata Hillary Clinton,
quanto pela alta direção do Departamento de Justiça, a que está
subordinado o diretor do FBI.
No que concerne a seus superiores
hierárquicos, a estranha atitude do diretor do FBI foi objeto de determinações
inequívocas. Recebeu ele claras e explícitas recomendações de :
(a) não falar acerca das investigações penais em curso;
e (b) ser visto ou ouvido
intrometendo-se em questões e assuntos relativos às próximas eleições.
Por sua vez, a candidata
democrata, ficou surpresa com a atitude sem paralelo do Diretor do FBI, ao
encaminhar para as lideranças do Congresso (i.e., os republicanos) a comunicação
sobre a nova alteração no que concerne à questão dos e-mails (a despeito de não
haver ainda determinado se e-mails no
maço da Senhora Huma Abedin têm alguma relevância para as investigações).
Por isso, Hillary Clinton ataca
o diretor James Comey, verberando a sua inopinada e imprevista decisão sobre os
novos e-mails como profundamente perturbadora (deeply troubling).
Além disso, Hillary acusa o
diretor do FBI de difamá-la com alusões e indiretas, ao ensejo de entrarem na
última fase da campanha.
( Fonte: The New York
Times )
[1]
Ontem, a tradução dada a 'appalling' fora 'lamentável', que, na verdade, não
corresponde à força do vocábulo em inglês, como dada na lição do dicionário
Houaiss Inglês-Português: apavorante, aterrorizante.
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