O poder terá subido à cabeça do atual
prefeito Eduardo Paes, que de uns tempos para cá tem dado declarações infelizes
ou até torpes, como aquela relativa a Maricá.
No entanto, só se pode levar à conta
da húbris que o Prefeito haja teimado
tanto na apresentação da candidatura de seu direto auxiliar Pedro Paulo, sobre
quem pesavam acusações sérias no que tange ao tratamento dado a então esposa.
Dispondo de largo tempo de televisão
na propaganda obrigatória, Eduardo Paes poderá agora refletir de forma um pouco
mais detida de o que está habituado, sobre as perspectivas desse candidato,
dadas as acusações que lhe foram feitas, e que pensou poder apagar malgrado a
impressão feita na massa eleitoral.
Dada a sua popularidade, e o
sucesso havido diante do considerável desafio de promover no Rio de Janeiro não
só as Olimpíadas - no que contrariou as previsões funestas, notadamente da
imprensa paulista - mas também o certamen dos Jogos Paralímpicos, que
igualmente mereceu o favor do povo carioca. Dentro de ótima organização, da boa
participação dos atletas brasileiros, o senhor Eduardo Paes se tornou credor da
gratidão popular pela realização de tais certamens.
No entanto, faltou-lhe nesta
eleição a sua habitual capacidade de aferir e responder à vontade popular. Pensou que tudo poderia, inclusive empurrar
ao povo carioca goela abaixo um candidato com severos handicaps quanto à imagem
que tampouco aglutinava o apoio
necessário para vencer seus adversários.
Agora os candidatos ao segundo
turno, mostrando a aversão política que o favorecido pelo prefeito provoca,
colocam como condição inicial a rejeição ao PMDB, que já tem imagem
desgastada no Rio de Janeiro, menos pelo Prefeito, mas por aqueles que no Rio
de Janeiro o tinham favorecido, quando do episódio do Governador Sérgio Cabral
decretando um ponto facultativo no fim de semana do segundo turno contra
Gabeira, que apesar de suspeita constitucionalidade, foi determinante para a
vitória de Eduardo Paes contra o popular candidato Fernando Gabeira.
Há também agora a rejeição
contra o PMDB estadual, o que atinge o ex-governador Sérgio Cabral, mas também
o vice Francisco Dornelles, eis que o popular Governador Pezão está afastado do
governo, submetido a tratamento médico, na sua luta contra o câncer.
Por todos esses fatores, o
peemedebista Eduardo Paes enfrenta no
fim de seu segundo mandato onda de rejeição que não pode ser dissimulada,
malgrado o grande exito logrado nas Olimpíadas e nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.
( Fonte: O Globo )
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