segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O segundo Grande Perdedor

        

         O poder terá subido à cabeça do atual prefeito Eduardo Paes, que de uns tempos para cá tem dado declarações infelizes ou até torpes, como aquela relativa a Maricá.
         No entanto, só se pode levar à conta da húbris que o Prefeito haja teimado tanto na apresentação da candidatura de seu direto auxiliar Pedro Paulo, sobre quem pesavam acusações sérias no que tange ao tratamento dado a então esposa.
          Dispondo de largo tempo de televisão na propaganda obrigatória, Eduardo Paes poderá agora refletir de forma um pouco mais detida de o que está habituado, sobre as perspectivas desse candidato, dadas as acusações que lhe foram feitas, e que pensou poder apagar malgrado a impressão feita na massa eleitoral.
            Dada a sua popularidade, e o sucesso havido diante do considerável desafio de promover no Rio de Janeiro não só as Olimpíadas - no que contrariou as previsões funestas, notadamente da imprensa paulista - mas também o certamen dos Jogos Paralímpicos, que igualmente mereceu o favor do povo carioca. Dentro de ótima organização, da boa participação dos atletas brasileiros, o senhor Eduardo Paes se tornou credor da gratidão popular pela realização de tais certamens.
              No entanto, faltou-lhe nesta eleição a sua habitual capacidade de aferir e responder à vontade popular.  Pensou que tudo poderia, inclusive empurrar ao povo carioca goela abaixo um candidato com severos handicaps quanto à imagem que  tampouco aglutinava o apoio necessário para vencer  seus adversários.
               Agora os candidatos ao segundo turno, mostrando a aversão política que o favorecido pelo prefeito provoca, colocam como condição inicial a rejeição ao PMDB, que já tem  imagem desgastada no Rio de Janeiro, menos pelo Prefeito, mas por aqueles que no Rio de Janeiro o tinham favorecido, quando do episódio do Governador Sérgio Cabral decretando um ponto facultativo no fim de semana do segundo turno contra Gabeira, que apesar de suspeita constitucionalidade, foi determinante para a vitória de Eduardo Paes contra o popular candidato Fernando Gabeira.
                    Há também agora a rejeição contra o PMDB estadual, o que atinge o ex-governador Sérgio Cabral, mas também o vice Francisco Dornelles, eis que o popular Governador Pezão está afastado do governo, submetido a tratamento médico, na sua luta contra o câncer.
                    Por todos esses fatores, o peemedebista Eduardo Paes  enfrenta no fim de seu segundo mandato onda de rejeição que não pode ser dissimulada, malgrado o grande exito logrado nas Olimpíadas e nos Jogos Paralímpicos do  Rio de Janeiro.   


( Fonte:  O Globo )

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