A campanha no Rio de
Janeiro, já em segundo turno, para o posto de Prefeito da Cidade que já foi
maravilhosa (a marcha é dos anos trinta), representa para o eleitor carioca um
desafio.
Ainda no primeiro turno - que conduziu
os dois Marcelos à votação decisiva - já fora marcada pela agressividade e os
ataques pessoais. Tanto Marcelo Freixo, pela esquerda, e Marcelo Crivella, pela
direita, muitas vezes colocaram, já no primeiro turno, o ataque pessoal ao adversário, como a linha orientadora da
campanha.
No segundo turno, quando os dois se
defrontam em solitária justa, a ênfase no denuncismo, a par do tom e dos
tópicos levantados, lembram em cores vivas a justa de dois mortais inimigos,
que descem a todo tipo de golpe, como se estivéssemos em um duelo à morte
nessas paragens em que as questões são personalizadas ao extremo, e a porfia
como que se confunde num encontro que só possa terminar com a virtual
destruição do Outro, que cada lutador busca vencer em peleja na qual não há
espaço para ideais comuns, mas tão só a visão distorcida, inchada e, por fim,
desmoralizada, do Adversário a quem não se dá quartel.
Assim, será o passado do contendor,
a quem se transforma em amontoado de injúrias,
de perigosas associações e até de
supostos crimes, que dita a discussão e a altercação - não há debate, por supor
um mínimo entendimento quanto a um projeto determinado.
Dos dois candidatos, o mais
articulado me parece Marcelo Freixo, mas ao cair no mesmo chão do contendor
Marcelo Crivella, o eleitor fica tentado a votar em branco, para exprimir mais
do que a sua perplexidade, a própria condenação do primarismo da campanha.
Quando a lama é o material
preferido pelos dois adversários - é triste ver que o mais preparado caíu na
armadilha daquele com menor base de estudos, eis que, quando se recorre à lama.
existe o problema do material empregado, que aos dois desfigura por igual, a
ponto de que no final de tudo, não se possa reconhecer quem será o melhor.[1]
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