quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Baixo nível ?

                                     

         A campanha no Rio de Janeiro, já em segundo turno, para o posto de Prefeito da Cidade que já foi maravilhosa (a marcha é dos anos trinta), representa para o eleitor carioca um desafio.
         Ainda no primeiro turno - que conduziu os dois Marcelos à votação decisiva - já fora marcada pela agressividade e os ataques pessoais. Tanto Marcelo Freixo, pela esquerda, e Marcelo Crivella, pela direita, muitas vezes colocaram, já no primeiro turno, o ataque pessoal  ao adversário, como a linha orientadora da campanha.
          No segundo turno, quando os dois se defrontam em solitária justa, a ênfase no denuncismo, a par do tom e dos tópicos levantados, lembram em cores vivas a justa de dois mortais inimigos, que descem a todo tipo de golpe, como se estivéssemos em um duelo à morte nessas paragens em que as questões são personalizadas ao extremo, e a porfia como que se confunde num encontro que só possa terminar com a virtual destruição do Outro, que cada lutador busca vencer em peleja na qual não há espaço para ideais comuns, mas tão só a visão distorcida, inchada e, por fim, desmoralizada, do Adversário a quem não se dá quartel.
            Assim, será o passado do contendor, a quem se transforma em amontoado de injúrias,  de perigosas associações  e até de supostos crimes, que dita a discussão e a altercação - não há debate, por supor um mínimo entendimento quanto a um projeto determinado.
             Dos dois candidatos, o mais articulado me parece Marcelo Freixo, mas ao cair no mesmo chão do contendor Marcelo Crivella, o eleitor fica tentado a votar em branco, para exprimir mais do que a sua perplexidade, a própria condenação do primarismo da campanha.
              Quando a lama é o material preferido pelos dois adversários - é triste ver que o mais preparado caíu na armadilha daquele com menor base de estudos, eis que, quando se recorre à lama. existe o problema do material empregado, que aos dois desfigura por igual, a ponto de que no final de tudo, não se possa reconhecer quem será o melhor.[1]



[1]  E tampouco cito as fontes porque elas também me parecem contaminadas...

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