Cinicamente, a Suprema Corte, hoje
ainda com maioria republicana, no chamado Voting
Rights Act agiu para uma vez mais validar as ações pelas administrações
sulistas de dificultar o voto das minorias (negros, latinos, idosos, pobres).
No passado, existia a famosa lei que
permitia fossem revistas pelo Congresso Federal disposições racistas de
legislaturas estaduais sulistas, que intentassem dificultar o voto das minorias
(latinos, negros, idosos, pobres, etc).
Em geral se busca assim diminuir
a eficácia do sufrágio das minorias, que acorrem às seções eleitorais para
defenderem o seu direito de votar no Partido Democrata, que é o que defende as
minorias.
O Partido Republicano, com o apoio da
Suprema Corte, abusivamente declarou que não mais havia
preconceito que justificasse fosse a legislação dos estados sulistas monitorada
pelo Congresso Americano. O júbilo do Chief Justice, Roberts, não correspondia
decerto à realidade. Com efeito, o GOP necessita da limitação do voto
(traduzida pela negação de acesso às minorias, motivada pela suposta falta de
identificação (ID) e assim assegurar a
vitória do voto preconceituoso e racista).
Atualmente, e em geral nos estados
vermelhos (em mais uma idiossincrasia americana, naquele país os estados vermelhos são conservadores e
apóiam os republicanos, e os azuis
pendem para os democratas...). Nos estados ditos conservadores, dominados em geral
pelos republicanos, há leis restritivas do voto (para barrar negros, idosos,
latinos e pobres): Arizona, Nebraska, Kansas, Texas, Wisconsin, Indiana, Ohio,
Tennessee, Alabama, Virginia, Carolina do Sul, Mississipi, e estranhamene no
Leste, New Hampshire e Rhode Island).
O Partido Republicano cresceu no
Sul, que é a região americana mais atrasada. Os republicanos, para aí
predominarem, carecem desses estorvos à votação, para criar falsas maiorias.
Como este blog tem acentuado, o domínio do GOP da Câmara de Representantes é
assegurado através de equivalentes aos burgos podres da Inglaterra do
século dezenove. O assunto tem sido muito discutido. No momento, é muito
difícil, quase impossível, que os representantes democratas logrem a maioria na
Câmara de Deputados. Tal se deve ao ilegal gerrymander,
que vem sendo crescentemente discutido e apostrofado, pela série de
irregularidades que causa.
O GOP tudo faz para
dissimular as irregularidades que se praticam com o gerrymander, que distorce a representação na Câmara baixa.
Há hoje uma possibilidade
remota de que os democratas de Nancy Pelosi alcancem a maioria na Câmara. É
muito difícil combater contra um sistema trucado e distorcido (basicamente, nos
estados ditos conservadores, os distritos eleitorais são traçados para que o
GOP eleja o maior número de representantes para a Câmara, e os democratas, o
menor. O truque funciona com o retraçamento dos distritos, de forma que os
republicanos criem mais distritos que favoreçam a vitória de seus representantes, enquanto os democratas
são amontoados em enormes distritos, de forma a maximizar a vantagem do GOP.)
O grande
pecado desse sistema é que distorce o sistema eleitoral. Tal se vê
claramente no estado do Ohio, em que os representantes (senadores e
governadores) eleitos pela totalidade do estado dão oportunidade a que a sua
representação respeite a média estadual, o que não é o caso com os deputados...
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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