terça-feira, 4 de outubro de 2016

Pesquisas EUA: permanece a dúvida

                 

       Mesmo depois do primeiro debate oficial, e a despeito da nítida vitória de Hillary Clinton sobre Donald Trump, ainda há muitas dúvidas sobre as perspectivas.
        As duas principais constatações são: a vantagem no debate deixou a candidata democrata em vantagem nas pesquisas nacionais, e na maior parte dos estados em ainda está em dúvida, a vitória de um ou do outro candidato. Não obstante, a  diferença em favor de Hillary chegou a quatro ou cinco pontos percentuais.
       A 'vitória' no primeiro debate também favoreceu Hillary em outro aspecto crucial, i.e. ao diminuir a diferença a seu favor entre votantes registrados e votantes prováveis, que aparecera maior nas pesquisas de setembro.
       No entanto, a principal fraqueza de Hillary persiste, no que concerne aos votantes brancos da classe operária.
       A candidata  democrata tem evidenciado mais força nas pesquisas da Fox News, CNN/ORC e CBS/News, tanto nos votantes registrados, quanto nos votantes prováveis.  Hillary passou a ter vantagem de três a cinco pontos, enquanto a diferença entre registrados e prováveis votantes desapareceu.
       Trump tem vantagem de 56 a 28, no grupo de votantes brancos sem título universitário, nas três pesquisas nacionais. Ele decaíu um pouco em relação à margem das pesquisas de setembro (58 a 29). Segundo assinala o comentário do New York Times essa vantagem de Trump nos votantes da classe de trabalhadores  não é suficiente para dar-lhe a liderança seja nacionalmente,  senão no Sun-Belt (cinturão do Sol) , e até mesmo nos estados brancos do Norte. Mas tal vantagem o ajuda a tornar a disputa mais apertada.
        O perigo para Trump é que ele não pode fazer nada para resolver o seu problema na Flórida ou na Carolina do Norte.  Se for grande o afluxo às urnas por parte dos democratas (como insinuam as pesquisas pós-debate), não há nada que ele possa fazer  para contra-arrestar  essa vantagem com o recurso a votantes da classe trabalhadora branca.
        Mas se ele conseguir evitar que a Sra. Clinton o mande a nocaute na Carolina do Norte ou na Flórida, a sua força dentre os votantes brancos de classe operária lhe dá uma chance de derrotá-la.
        Para conseguir este objetivo no Colégio Eleitoral, ele precisaria vencer  em Ohio, Iowa,  e o Segundo Distrito Congressual do Maine (aonde ele está em vantagem), e então ganhar mais nove votos eleitorais para alcançar 269, que é o número constitucional necessário para levar a disputa para a Câmara de Deputados, em que pelas razões assaz conhecidas, a bancada republicana detém a maioria.
         Ou então, como  sugere o comentário do New York Times, ou pela vitória em Nevada e New Hampshire, ou então ganhando na Pennsylvania, ou em estados ainda  mais difíceis, como são o Wisconsin ou Michigan.
         Apesar de tantos prognósticos que parecem chulear  por Donald Trump,  não há negar que não será fácil, pois a Senhora Clinton tem  clara vantagem em tais estados que seriam indispensáveis para um triunfo do republicano.
          De toda forma, com os dados disponíveis, o modelo Upshot ainda dá  um percentual de 21% na possibilidade do candidato do GOP virar presidente. 


( Fonte: The New York Times )

Nenhum comentário: