O Prêmio Nobel da Paz foi concedido ao
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pelo Comitê do Nobel, da Noruega, a
que incumbe a premiação.
Essa premiação surpreendeu, visto que
há menos de uma semana o acordo assinado com as Farc fora rejeitado em
plebiscito na Colômbia. Esse tropeço inesperado enfraquecera Santos politicamente, pondo em dúvida a viabilidade
da Paz.
Decidido em votação extremamente
apertada - o não venceu por 50,2%
contra 49,8% pelo sim.
Sem embargo, o Comitê do Nobel, que
chegou à sua decisão depois do tropeço no plebiscito, assim se manifestou:
"Santos buscou de maneira consistente levar o processo adiante, mesmo
sabendo que o acordo era controverso." E o líder do comitê do Nobel, Kaci
Kullmann Five completou o próprio raciocínio: "O prêmio deve ser visto
como um tributo ao povo colombiano."
O que mais pesou para a rejeição,
mesmo que por ínfima percentagem, foi o apoio dado pelo senador e ex-presidente
Alvaro Uribe.
A derrota do Plano de Paz, proposto
pelo Presidente Santos, e oposto pelo ex-Presidente Uribe, se deve sobretudo ao
tratamento, julgado privilegiado em excesso, dado às Farc. Os opositores
discordam em especial dos planos de anistia e dos indultos para os
ex-guerrilheiros, que são acusados de graves delitos.
Há revolta, sobretudo, entre
pequenos agricultores, que tinham suas pequenas propriedades na área central
colombiana, e que as perderam, com a sua transferência para os guerrilheiros.
Em essência, esses se apossaram dos minifúndios, e tiveram a respectiva
violência reconhecida pelos negociadores do acordo, em especial a administração
de Santos.
O ex-presidente Uribe teria
mostrado mais conhecimento da injustiça sofrida por força do longo conflito, e
a sua interveniência aglutinou aqueles agricultores que se sentiram defraudados
pelo acordo entre o Governo da Colômbia e as FARC.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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