terça-feira, 18 de outubro de 2016

Lula & Dilma: bens públicos e privados

                   
         A coluna de hoje de José Casado trata da distinção entre o público e o privado. No entanto, não se trata de  discussão a título filosófico.
         Na verdade, a coisa é mais terra a terra.  Segundo José Casado em seu artigo "Michel Temer vai informar a Lula e Dilma que todo o acervo presidencial levado quando deixaram o poder está embargado."

        Esta condição permanecerá até a conclusão do inquérito para identificação, origem, natureza (se os bens são públicos ou privados) e eventual incorporação ao patrimônio da União.
         O aviso para que se "abstenham de vendê-los ou doá-los" deverá ser encaminhado pelo gabinete pessoal de Temer - segundo informa o Tribunal de Contas da União (TCU), em carta enviada na 6ª feira passada ao Palácio do Planalto, ao responder um pedido de "esclarecimentos" da Secretaria de Governo.

          De que se trata? Pois há dois meses o Governo tenta localizar a bagatela de quatro mil e quinhentos e sessenta e quatro bens que sumiram da Presidência - de forma "absolutamente inexplicável" na avaliação dos auditores do TCU.
          Pelo visto, o Poder Petista favoreceu uma pulverização da guarda e responsabilidade dos gestores que pertencem a 24 unidades e órgãos, a saber, palácios do Planalto e da Alvorada, residência oficial da Granja do Torto, ministérios e secretarias como Casa Civil, Assuntos Estratégicos, Portos, Aviação, Imprensa, Mulheres, Igualdade Racial.
  
       Auxiliares de Michel Temer resolveram manter a listagem de o que sumiu em sigilo (apesar da posição contrária do TCU).  Sabe-se, no entanto, que dela constam seis obras de arte da Presidência e uma do Museu de Belas Artes (Rio de Janeiro).
          Também se sabe que Lula e Dilma guardam 697 peças classificadas como "acervos de natureza museológica e bibliográfica", que foram recebidas  como presentes em reuniões com chefes de estado e de governo. Lula ficou com 80%, como "mero guardião", alegam seus advogados.
    
          Em março de 2016 Lula declarou à polícia não saber o valor e a exata localização dos bens.
        "Acho que (está) no sindicato nosso, dos metalúrgicos (de S.Bernardo-SP) Tem coisa de valor que deve estar guardada em banco... Eu já tomei uma decisão, terminada essa (***) desse processo, eu vou entregar isso para o Ministério Público. Vou levar lá e vou falar: "Janot, está aqui,olha isso aqui te incomodou? Um picareta de Manaus entrou com um processo pra você investigar as coisas que eu ganhei, então você toma conta."

               O Delegado insistiu;
                - O senhor disse que no sítio (de Atibaia-SP) foi colocada parte dos bens que foram retirados no fim do mandato...
                - Eu falei tralhas, que eu nem sei o que é, mas é tralha - replicou Lula. 
                 - O senhor disse que tem coisa valiosa.
                 - Eu não sei onde está, mas tem muita coisa valiosa."
        
          Parte desse acervo mantido pelo ex-presidente já foi mapeada pela polícia. Há duas semanas atrás, o Juiz Sérgio Moro autorizou uma comissão governamental a catalogar as peças encontradas em um cofre  do Banco do Brasil, em São Paulo.
                  Está previsto que até janeiro de 2017 se conclua a "minuciosa identificação dos bens", existentes no citado cofre do banco. Idêntico procedimento será adotado sobre o acervo mantido pela ex-presidente Dilma.
              No entanto, permanecem desaparecidas   outras 3.868 peças do patrimônio da Presidência.


( Fonte:  O Globo, coluna de José Casado)

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