De repente, a
Carolina do Norte virara um estado republicano. Enquanto a Carolina do Sul era normalmente enquadrada na área
política do GOP, tal não se
verificava com a Carolina do Norte, que era havida como espécie de região
fronteiriça entre os dois grandes partidos americanos. Nessa condição, não
despertava surpresa que democratas e republicanos se alternassem nessa área,
como se realmente a do Norte se distinguisse da Carolina do Sul, esta mais
conservadora ou, atendida a posição mais liberal de quem julgasse, mais
atrasada nas suas posturas políticas.
Mais tarde, a Carolina do Norte
passou a ser classificada como estado
vermelho - de acordo com os critérios estadunidenses, vermelho quer dizer partidário do GOP, e não com viés à
esquerda - e até mais radical, como na postura de vedar a transsexuais o
direito de usar o banheiro do seu sexo adquirido.
Pois agora, há esperanças de que a
Carolina do Norte volte a ser estado ou com preferência democrata ou maverick, com posições políticas mais avançadas.
Assim, os democratas esperam poder
derrubar dos respectivos cargos tanto o
Senador republicano, Richard Burr, quanto o Governador Pat Mc Crory.
No contexto político de 2016, há o
fator Hillary Clinton, que tem
energizado bastante a campanha, e aberto maiores possibilidades de que o Senado
americano volte a ser democrata. Por outro lado, existe também o chamado efeito
Donald Trump, que com a sua queda nas pesquisas e todas as polêmicas que tem
provocado vem animando muito aos democratas, a par de ter efeito oposto na grei
republicana, ao desestimular os votantes do GOP.
Será, portanto, em estados mais
abertos aos ventos da mudança, que os democratas poderão colher os maiores
êxitos. O problema, por ora, nessa campanha, é singular para os democratas:
trata-se de não cair na armadilha do otimismo excessivo que tende a subestimar
o contendor.
Por enquanto, não é o que se
depara na liça política estadunidense. Anima aos democratas a perspectiva de
grande vitória sobre os rivais republicanos. O otimismo reina - e até de forma
excessiva, quando julgam possível arrebatar de volta para o Povo americano o artificial
domínio pelo GOP da Câmara de
Representantes, eis que, no início da segunda década deste século, os
republicanos lograram aí estabelecer um
estranho e inamovível domínio, por meio do recurso do gerrymander.
Há milagres em
política? Neles passarei a crer se o Partido Democrata vencer a peleja pela
Câmara de Representantes. Que melhor símbolo dessa vitória da democracia que Nancy
Pelosi voltando a ser Madam
Speaker [1]?
( Fonte: The New York
Times )
[1]
Speaker é o título do (da) Presidente da Câmara de Representantes. A bancada
majoritária na Câmara é quem elege o
Speaker ou Madam Speaker...
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