quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O último debate

                                         

         Pode-se esperar muito do encontro de Las Vegas, nesta quarta-feira? Se nos pautarmos, pelos últimos dois, o pessimismo parece ser a atitude apropriada.
          Se os olhares se voltam para o desafiante republicano, o que se tenderá a visualizar como o possível cenário deste último debate? Dada a óbvia crise na sua candidatura, não se poderia julgar como provável  um Donald Trump que surja como alguém que pretenda parecer presidenciável.
           Como já o demonstrou em várias oportunidades, Mr Trump vai tentar partir para a jugular da adversária. Depois de ser havido como o 'perdedor' nos dois primeiros debates, ele há de achar que a sua única saída esteja no ataque, e o público decerto não desconhece o que isso significa em se tratando do atual candidato republicano.

          Hillary Clinton tem todo o interesse em manter a calma e a sua crescente imagem de presidenciável. A campanha vai bem, os estados vermelhos (republicanos) surgem cada vez mais abertos, e não é decerto o momento para aventureirismos.
           A aparente fraqueza do desafiante recomenda cautela para a senhora Clinton, que não pode cair nas provocações de Mr Trump, com a candidatura em crise.
           Essa cautela, no entanto, não pode entorpecer os propósitos e a disposição da candidata, que tem de levar em conta, as suas crescentes possibilidades de ampla vitória, estendendo-se ao Senado e a governos estaduais.

          As contribuições aumentam, e com elas as perspectivas de uma virada importante. Por tudo o que neste blog já se escreveu, a Câmara de Representantes, agrilhoada pelo gerrymander, está praticamente fora dos limites da nominee dos democratas. Contudo, se Mr Donald Trump logrou, para desgraça do G.O.P. arrebatar a nomination na Convenção de Cleveland, não se poderia descontar por inteiro tal possibilidade que estaria no plano dos milagres. Em verdade, milagres acontecem, mas eles não seriam milagres se não fossem extremamente difíceis de ocorrer, como é exatamente o caso presente.

               Não creio que o comportamento do candidato Trump vá mudar. O que é provável é que continue a ser Trump, agressivo, inventando shows paralelos, como em Saint Louis, a pairar incontrolável no ambiente, e provavelmente sendo ainda mais agressivo do que o habitual, eis que este é o terceiro e último round a ser disputado, e ele perdeu os rounds anteriores.

                Hillary deve cuidar-se das provocações do desafiante. Ela deve continuar a ser o que tem sido nos dois debates precedentes, não caindo no jogo do adversário. Trump, na sua situação, não tem nada a perder, por isso a candidata deve ser cautelosa, coerente e presidenciável.
                 E não se esqueça, por favor, que, desta feita, o moderador é da Fox.



( Fontes: The New York Times, CNN )      

Nenhum comentário: