Pode-se esperar muito do encontro de Las
Vegas, nesta quarta-feira? Se nos pautarmos, pelos últimos dois, o
pessimismo parece ser a atitude apropriada.
Se os olhares se voltam para o
desafiante republicano, o que se tenderá a visualizar como o possível cenário
deste último debate? Dada a óbvia crise na sua candidatura, não se poderia
julgar como provável um Donald
Trump que surja como alguém que pretenda parecer presidenciável.
Como já o demonstrou em várias
oportunidades, Mr Trump vai tentar partir para a jugular da adversária. Depois
de ser havido como o 'perdedor' nos dois primeiros debates, ele há de achar que
a sua única saída esteja no ataque, e o público decerto não desconhece o que
isso significa em se tratando do atual candidato republicano.
Hillary
Clinton tem todo o interesse em manter a calma e a sua crescente imagem de
presidenciável. A campanha vai bem, os estados vermelhos (republicanos) surgem
cada vez mais abertos, e não é decerto o momento para aventureirismos.
A aparente fraqueza do desafiante
recomenda cautela para a senhora Clinton, que não pode cair nas provocações de
Mr Trump, com a candidatura em crise.
Essa cautela, no entanto, não pode
entorpecer os propósitos e a disposição da candidata, que tem de levar em
conta, as suas crescentes possibilidades de ampla vitória, estendendo-se ao
Senado e a governos estaduais.
As contribuições aumentam, e com elas as
perspectivas de uma virada importante. Por tudo o que neste blog já se escreveu, a Câmara de
Representantes, agrilhoada pelo gerrymander,
está praticamente fora dos limites da nominee
dos democratas. Contudo, se Mr Donald Trump logrou, para desgraça do G.O.P. arrebatar a nomination na Convenção de Cleveland, não se poderia descontar por
inteiro tal possibilidade que estaria no plano dos milagres. Em verdade, milagres acontecem, mas eles não seriam
milagres se não fossem extremamente difíceis de ocorrer, como é exatamente o
caso presente.
Não creio que o comportamento do
candidato Trump vá mudar. O que é provável é que continue a ser Trump, agressivo,
inventando shows paralelos, como em Saint
Louis, a pairar incontrolável no ambiente, e provavelmente sendo ainda mais
agressivo do que o habitual, eis que este é o terceiro e último round a ser disputado, e ele perdeu os
rounds anteriores.
Hillary deve cuidar-se das provocações do
desafiante. Ela deve continuar a ser o que tem sido nos dois debates precedentes,
não caindo no jogo do adversário. Trump, na sua situação, não tem nada a
perder, por isso a candidata deve ser cautelosa, coerente e presidenciável.
E não se esqueça, por favor,
que, desta feita, o moderador é da Fox.
( Fontes: The New York
Times, CNN )
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