Muito
interessante o artigo de Fernando Gabeira, hoje publicado em O Globo, sob o
título Se entrega, Corisco.
Gabeira, com
bem o sabemos, é um guerreiro contra corrupção. As suas palavras, enquanto
deputado, dirigidas ao corrupto presidente Severino Cavalcanti, foram o
prenúncio da queda deste último.
Gabeira seria
também o prefeito que foi negado ao Rio de Janeiro, por uma torpe tramóia do
então governador Sérgio Cabral, que, ardilosamente decretara ponto facultativo,
para esvaziar o Rio de seus funcionários estaduais, que sabidamente detestavam
Cabral, o protetor de Eduardo Paes.
Com tal
manobra, que somente é pensável e possível em Pindorama, o espertalhão Cabral esvaziou a antiga
capital da República de seus funcionários estaduais, que por certo votariam em
Gabeira e não no protegido do odiado governador.
Cheguei, na
época, a perguntar a Gabeira porque não contestara judicialmente a manobra,
dada a ínfima margem com que Eduardo Paes lograra derrotá-lo.
Renan
Calheiros, o homem que tem onze processos no Supremo, no dizer de Gabeira,
"no passado, perdia cabelos mas não perdia a cabeça".
Consoante
Gabeira, agora, se "ele ganhou cabelos, mas perde a cabeça com frequência". Nesse sentido, disse "que o Senado parecia um hospício, e
afirmou que ajudou a senadora Gleisi
Hoffmann no seu embate com a Lava-Jato."
Mais tarde,
se saberia como: ordenara "varreduras em vários pontos estratégicos
ligados aos senadores investigados pela roubalheira na Petrobrás."
Se, como
assevera com propriedade o articulista, "o sono brasileiro não é mais
profundo como na época". E, sem embargo, "Renan sequer foi julgado
pelos crimes de que era acusado na época. São as doçuras do foro
privilegiado. Agora, ele quer que o foro privilegiado, que já era uma
excrescência para deputados e senadores, estenda-se também aos seus jagunços."
Há muitos
crimes impunes, por obra e graça desse "absurdo", como o assinala
Gabeira em seu artigo. Não pretendo, nem devo transcrever a coluna de Fernando
Gabeira, mas permito-me, com a vênia que é devida às observações inteligentes,
oportunas e certeiras citar a seguinte, ao final : "Eduardo Cunha foi
preso. Não tinha mais mandato. Se Renan continuar solto, é apenas porque tem
um. É justo cometer crimes em série, sob o escudo de um mandato
parlamentar?"
( Fonte: artigo de Fernando Gabeira, em O Globo. )
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