O egoismo tem limites, que são ditados
ou por uma postura ética, ou pelo bom senso. Naquela época em que hesitara bastante
entre se tentava a segunda reeleição, mesmo ao arrepio da Constituição, dando
uma do finado Hugo Chávez, ou se indicava alguém de sua estrita confiança, como
pensou fosse o caso com Dilma Rousseff, sua chefa de Gabinete, o nosso primeiro torneiro mecânico que virou
Presidente da República acabou pendendo para a alternativa.
A História, esta empertigada Senhora
de pince-nez, que quando dá a luz de
sua graça, os interessados já todos dormem profundamente como no poema de
Manuel Bandeira, nos há de dizer que a escolha, posto que interesseira, errou
feio, pois além de ignorar o garrafal despreparo da discípula - afinal ela não
era a chefe de gabinete, no estilo
parlamentarista, que pairasse sobre a cambada dos ministros, como espertamente
o nosso operário que mais longe foi na República nos queria empulhar - na
verdade o que Lula desejara - e infelizmente conseguiu - era evitar passar o
cargo para alguém que tivesse vôo próprio e, pior ainda, entendesse do riscado.
Nada mais egoísta e míope, e, por
conseguinte, estúpido, pois não se deve entregar o Brasil a quem não tem
competência para tanto. Por isso, e nunca procurei iludir os meus leitores, que
ser egoísta no capítulo, é pecar duplamente.
Além de entregar irresponsavelmente
as chaves do tesouro a quem não estava preparada para tal encargo, ao mesmo
tempo se assinou, e com firma reconhecida, a cumplicidade nesse triste projeto
de descalabro político e econômico.
Vejam, senhores passageiros do bonde
Brasil, por onde encontrem o belo tipo faceiro que optou por tomar o Rum
Creosotado. Não sei aonde o diabo o meteu.
E, no entanto, pasmem, pois até os
japoneses reconhecem o sisudo Senhor Michel Fora
Temer, que por aquelas paragens já andou.
Temos que nos ver livres das Loucuras
de Dilma que nada têm a ver com as promoções natalinas das lojas do Saara.
Na verdade, como assinala a Folha em sua primeira página, os
subsídios financeiros e as desonerações tributárias para o setor dito produtivo
- a chamada "Bolsa Empresário" - resistem ao ajuste fiscal adotado pelo Governo Temer.
Os programas somarão R$ 224
bilhões em 2017, ou cerca de 3,4% do PIB
do Brasil.
Nesses termos, as principais ações
de apoio à indústria devem consumir recursos equivalentes aos gastos efetuados
no Governo Dilma Rousseff, mais a correção pela inflação.
Para partidos aliados do Governo
Temer, esse apoio bilionário é uma das raízes do descontrole das contas estatais.
Caso o teto de gastos públicos seja aprovado pelo Congresso, será preciso
reduzir programa, como esse de incentivos, para gastar mais em saúde e
educação.
( Fonte: Folha de S. Paulo, Manuel Bandeira )
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