O Ministro Gilmar
Mendes, do STF, autorizou a PGR a aprofundar as investigações sobre o suposto
envolvimento do presidente do PSDB, Senador Aécio Neves (MG) com adulteração de
dados da CPI dos Correios.
Atendendo a pedido de Rodrigo Janot, o Ministro Gilmar
Mendes determinou que o Banco Rural
apresente cópias de todos os documentos impressos e eletrônicos enviados à CPI.
Gilmar Mendes também autorizou os
investigadores a analisarem vídeo que registra a retirada de documentos dos
arquivos da CPI no mesmo dia em que foi
anunciada a abertura de inquérito contra Aécio.
Assinale-se que a investigação sobre o Senador foi aberta no início de junho, a partir da delação
premiada do ex-Senador Delcídio do Amaral (sem partido -MS).
Em depoimento prestado ao GT da PGR,
Delcídio acusou Aécio de envolvimento numa operação para manipular dados bancários e fiscais
enviados pelo Banco Rural à CPI dos Correios.
Consoante o ex-Senador Delcídio, por
intermédio de outras pessoas, Aécio tentara convencê-lo a prorrogar o prazo de
entrega de documentos do Banco Rural à CPI, alegando que, se não fosse assim, o
banco não teria tempo de atender às
ordens da comissão. Delcídio na época
era presidente da aludida CPI. A seguir, as declarações do ex-Senador cassado:
"Aécio Neves enviou emissários para que o prazo de entrega das quebras de
sigilo fosse delongado, com a justificativa, entre aspas, de que não haveria
tempo hábil para preparar essas respostas".
Um dos supostos emissários de
Aécio teria sido o então deputado e hoje (ainda) Prefeito do Rio de Janeiro,
Eduardo Paes (PMDB), que é também alvo de inquérito.
Segundo as declarações de Delcídio
Amaral, depois de atender ao pedido, ele Delcídio disse ter descoberto que a
prorrogação serviu apenas para a maquiagem de dados. Disse ele que ficou
sabendo da suposta fraude pelo próprio Aécio e por Paes. "Que os dados atingiriam em cheio as pessoas
de Aécio Neves e Clésio Andrade, governador e vice-governador das Minas
Gerais" concluíu o depoente.
Ainda segundo o depoente, Clésio
Andrade está entre os investigados.
Ao autorizar a abertura de
inquérito, o Ministro Gilmar Mendes disse que as informações apresentadas pelo
delator não são suficientes para incluir Sampaio na investigação, o que só
ocorreria se surgissem novas informações sobre o caso ligadas ao deputado.[1]
Em nota divulgada pela
assessoria de imprensa, Aécio Neves considerou normal a decisão de Gilmar
Mendes: "O Senador Aécio Neves
considera adequada a decisão do ministro
Gilmar Mendes referente à CPI dos Correios, pois contribui para garantir
transparência ao processo."
( Fonte: O Globo)
[1]
Segundo o delator Delcídio, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) também sabia da
maquiagem. Por ora, ele não é objeto de investigação.
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