domingo, 31 de março de 2019

Theresa May, a Incrível


                              
         Na sincopada cobertura da batalha no Parlamento inglês entre a May, que quer por que quer o Brexit, e as bancadas de conservadores, trabalhistas et.al. em Westminster, que diante da monótona repetição das votações indicam a sua tenaz negativa, a pergunta que continua abafada será a de quanto tempo ainda se fará passar o Povo inglês através desse tenaz espetáculo, que em outros cenários seria apostrofado de terceiro-mundista para baixo, haja vista a existência de óbvias forças que querem gastar o tempo, e fazer com que a May apareça como um fator atuante nessa comédia, quando tudo leva a crer que não passe de um fantoche, ali colocado para que o drama continue a estender-se com o jeito de pastelão, e não o de uma votação que busque o que é do melhor interesse desse parlamento (e país) que semelha consumir-se em jogadas pueris, quando na verdade o drama possa involuir para tragédia.
            Apenas um pequeno partido, o DUP irlandês (aquele que salvara a May de sua primeira indicação quanto ao próprio baixo nível) parece preocupado com a situação do Reino Unido, para ele ameaçado pelas ineptas jogadas da Primeiro Ministro.
             Reza  o bom senso que o  Parlamento não quer saber dos planos da May quanto ao Brexit.  Basta de falsas trapalhadas.

              Quando um poder se mostra ineficaz,  grita a prática de que bate a hora de recorrer a novas soluções. Por que a May repisa o recurso batido a uma maioria que deixou de existir faz tempo? É mais do que hora de um entendimento dos grandes partidos para que o Povo inglês decida sobre esse gigantesco abacaxi inventado pela May, e que não pode manifestamente ser resolvido segundo os seus obstinados termos.
                 Há duas soluções para o problema: ou a convocação de um novo referendo, que seja feito com adequada participação do Povo inglês, e na estação apropriada, ou continuar empurrando a questão com a barriga.
                   O referendo é a resposta do bom senso, e, por isso, convém fazê-lo no momento certo para que a participação do Povo seja a mais própria, e não repetir o passado referendo estival de 2016, com um afluxo que não correspondeu  à relevância da decisão. Basta de meias respostas, ou de soluções em que se procure, na verdade, atender a interesses inconfessáveis.
                    Já a expletiva presença da May grita pela necessidade de soluções sérias e apropriadas. Já se perdeu tempo demasiado com campanhas pela metade.
                     O Brexit é o palpite infeliz. O povo inglês tem que ouvir o DUP e aplicar o que lhe interessa, e não recorrer a qualquer jogada que a mediocridade em funções venha a apresentar-lhe.


( Fontes: The Independent; O Estado de S. Paulo )

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