Dois aviões militares
russos pousaram no principal aeroporto
da Venezuela. Carregam tropas e equipamentos, em movimentação não revelada, mas
cujos objetivos parecem óbvios.
Trata-se de duas aeronaves distintas:
um avião de passageiros Ilyushin IL-62, que trouxe para Caracas Vasily
Tonkoshkurov, chefe do E.M. das
forças terrestres da Federação Russa, junto com uma centena de militares, assim
como um avião-cargueiro Antonov AN-124, que transportava cerca de 35 toneladas de material militar.
Os dois aviões deixaram a base aérea
russa em Chkalovsky, nesta sexta-feira, realizaram escala na Síria, antes de
seguirem para Caracas, aonde pousaram no sábado, dia 23.
Tampouco o Ministério da Informação
da Venezuela,, quanto os da Defesa e das Relações Exteriores da Rússia deram elementos sobre o que Tonkoshkurov e as
tropas russas farão no país. Segundo a agência estatal de notícias, Sputnik, referindo-se a fontes da
embaixada russa em Caracas, esses funcionários chegaram para honrar contratos militares de longo
prazo.
Para o deputado oposicionista
Williams Dávila, a presença dos referidos aviões em solo venezuelano viola a
Constituição, visto que não contou com a autorização da Assembléia
Nacional, que é dominada pela Oposição e
ignorada pelo chavismo (que tudo faz tramitar através da Assembleia dita Constituinte, a que preside Delcy
Rodriguez).
Segundo a fonte diplomática citada
pela Sputnik, tais voos não têm nada de misterioso (o que, a contrario sensu é uma fórmula
diplomática de dar-lhe caráter especial).
Se bem que a autoridade de
Maduro seja contestada pelo povo nas ruas e pela própria Oposição, liderada
pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan
Guaidó, ela é respaldada por tais
gestos e presenças. Também a RPC de Xi Jinping continua a apoiar o
ditador Maduro.
Entrementes, Juan
Guaidó - a despeito de seu reconhecimento por mais de cinquenta países, em um desenvolvimento decerto preocupante - teve o auxiliar direto alegadamente preso pelas forças especiais de Maduro,
o que é decerto inquietante para quem dispõe de um prestígio mais
fundado em imponderáveis do que em forças mais tangíveis.
Dada a atual relativa
precariedade da condição de Guaidó, o
que foi feito ao seu auxiliar direto representa inquestionável ameaça quanto
aos eventuais limites da atuação de um presidente cujo prestígio até agora
reside no intangível terreno dos reduzidos recursos materiais, que ora semelham
à disposição da liderança de Juan Guaidó.
(
Fonte: O
Globo )
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