quinta-feira, 28 de março de 2019

O pós-Theresa May


                                             

        Theresa May será em breve uma lembrança, em termos oficiais. Sob o reino da confusão, ela parece realmente de saída, embora a sua queda não terá muito provavelmente qualquer efeito em uma eventual mudança dos termos em que acontecerá o Brexit.
          Até o presente, a despeito de invocado por muitos deputados, não deverá haver um ulterior referendo, no que tange a que o Povo possa escolher entre os laços com a Comunidade Europeia ou o despojado destino ditado por eventual Brexit. Parece condizente com a mediocridade doravante votada à pérfida Álbion, que perdurem as dúvidas quanto ao peso nessa decisão seja do trapalhão Cameron, ou da perplexa May.
          Além dos patéticos avisos do DUP, o pequeno partido norte-irlandês que tornara possível  a permanência da May à testa do gabinete, depois de sua jogada mal-réussie  de tentar obter maioria própria, agora só se fala da lista de candidatos no Partido Conservador para sentar-se na cadeira de Mrs. May.

           Se cotejada com o seu antecessor David Cameron, será sempre difícil que se chegue a um acordo nos anais históricos, sobre qual dos dois repontará como quem foi o causador da eventual decadência do Reino Unido, após a sua ruptura com a Comunidade Europeia.
            Diante das confusões criadas por Theresa May e todo o longo período em que a incerteza constituíu a regra para os negócios com o Continente - ou talvez de forma mais precisa para a sua redução - pode ser até que o irrequieto Cameron consiga livrar-se do catastrófico erro político em termos de autoria em  haver provocado o início do processo da decadência inglesa, e que o rosto da May irrompa nos livros futuros como a principal responsável. De qualquer forma, será luta renhida, que a tornada fraca Inglaterra entre essas duas patéticas figuras há de balançar.

          No topo das apostas surge um dos gêmeos Johnson, Boris. Se isto não garante quanto à qualidade do novo gabinete, o mais provável é que com a tendência dos tories a favor de cortar os laços com Bruxelas, continuem as confusões da saída dura que a May não pôde ajeitar.
               Mas afinal, excluído o seu entendimento com Donald Trump, com as mãozinhas dadas no seu primeiro encontro internacional, o que mais realmente terá aprontado a ex-Secretária do Interior, durante a sua longa permanência como Primeira Ministra sombra, excluídas as brumas que cercam os penhascos de Devon ?

( Fonte: The Independent )

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