Theresa May será em
breve uma lembrança, em termos oficiais. Sob o reino da confusão, ela parece
realmente de saída, embora a sua queda não terá muito provavelmente qualquer
efeito em uma eventual mudança dos termos em que acontecerá o Brexit.
Até o presente, a despeito de invocado
por muitos deputados, não deverá haver um ulterior referendo, no que tange a
que o Povo possa escolher entre os laços com a Comunidade Europeia ou o
despojado destino ditado por eventual Brexit. Parece condizente com a mediocridade
doravante votada à pérfida Álbion, que perdurem as dúvidas quanto ao peso nessa
decisão seja do trapalhão Cameron, ou da perplexa May.
Além dos patéticos avisos do DUP, o pequeno partido norte-irlandês
que tornara possível a permanência da
May à testa do gabinete, depois de sua jogada mal-réussie de tentar obter
maioria própria, agora só se fala da lista de candidatos no Partido Conservador
para sentar-se na cadeira de Mrs. May.
Se cotejada com o seu antecessor
David Cameron, será sempre difícil que se chegue a um acordo nos anais
históricos, sobre qual dos dois repontará como quem foi o causador da eventual
decadência do Reino Unido, após a sua ruptura com a Comunidade Europeia.
Diante das confusões criadas por
Theresa May e todo o longo período em que a incerteza constituíu a regra para
os negócios com o Continente - ou talvez de forma mais precisa para a sua
redução - pode ser até que o irrequieto Cameron consiga livrar-se do
catastrófico erro político em termos de autoria em haver provocado o início do processo da
decadência inglesa, e que o rosto da May irrompa nos livros futuros como a
principal responsável. De qualquer forma, será luta renhida, que a tornada
fraca Inglaterra entre essas duas patéticas figuras há de balançar.
No topo das apostas surge um dos gêmeos
Johnson, Boris. Se isto não garante quanto à qualidade do novo gabinete, o mais
provável é que com a tendência dos tories
a favor de cortar os laços com Bruxelas, continuem as confusões da saída
dura que a May não pôde ajeitar.
Mas afinal, excluído o
seu entendimento com Donald Trump, com as mãozinhas dadas no seu primeiro
encontro internacional, o que mais realmente terá aprontado a ex-Secretária do
Interior, durante a sua longa permanência como Primeira Ministra sombra,
excluídas as brumas que cercam os penhascos de Devon ?
( Fonte: The
Independent )
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