quarta-feira, 27 de março de 2019

Outro Apagão na Venezuela: um desastre social


                    

        Para mascarar o novo apagão, ocorrido desde o dia 25 de março, que afeta a 21 dos 23 estados, Nicolás Maduro desfia a sua ladaínha de mentiras, e decreta feriado nacional. Sem pejar-se das lorotas, o ditador denunciou "incêndio de grande magnitude", provocado pelos sólitos "terroristas", o que na sua tortuosa fabulação "está prolongando  o blecaute",   e, por conseguinte,  paralisando o país desde a segunda-feira.
            Tenha-se presente que a Venezuela se recuperava do pior apagão de sua história, que começara no dia 7 e durara uma semana, mas voltou a ficar às escuras, com as ruas desertas e o comércio cerrado. 

            Além da capital Caracas, o apagão afeta 21 dos 23 estados, segundo as redes sociais. O blecaute começou desde a segunda, dia 25 (e afetou, como já foi referido, a Roraima, que ainda depende da energia venezuelana). Iniciado às 13:22hs desta segunda, afetou o fornecimento de água, as redes telefônicas, a internet e o sistema bancário eletrônico, que por causa da hiperinflação se afigura vital para as conexões bancárias e os pagamentos.
                Em discurso na Assembleia Nacional, em que a Oposição é maioria, o presidente-interino da Venezuela, Juan Guaidó, desmentiu a versão oficial e referiu que houve sobrecarga no sistema das subestações. ""Como poderia ser uma sabotagem, se eles enviaram militares para proteger as instalações elétricas?", assinalou Guaidó.

                Guaidó prepara uma mobilização nacional e, inclusive, marcha até o Palácio de Miraflores (residência presidencial), em data ainda a ser definida. Fala-se inclusive - mas não há confirmação da fonte - que não se descartaria a possibilidade de "pedir-se ao Legislativo  que venha a autorizar uma intervenção militar estrangeira."
                 Dadas as implicações envolvidas e a gravidade da situação, não há confirmação de que tal esteja  sendo considerado. Diante da situação do governo e das caóticas condições prevalentes na Venezuela, a paciência e a resistência do Povo estão sendo duramente testadas. Nessas condições, a ordem pública tende a tornar-se para a assediada população uma farsa, e não se poderia, por conseguinte, excluir desde a cínica instrumentalização pelo desmoralizado governo chavista dessa convivência com o caos até outros desenvolvimentos imprevisíveis.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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