Entre
as suas tendências, o Partido dos Trabalhadores
tem o seu maior problema na solução de seus problemas... internos. Nesse
contexto, já começou a luta pela presidência
do PT. A candidata que mais aparece (più
appariscente) é a atual presidente do Partido, Gleisi Hoffmann que tem
acumulado besteiras no seu comportamento sócio-político , como ir, v.g., a
Caracas para estar presente na posse de Nicolàs
Maduro, na sua "reeleição" para a presidência do país.
O
radicalismo de Gleisi Hoffmann semelha crescer na razão inversa de sua
popularidade política. Hoje, ela não é mais senadora, e sim deputada petista. A
sua cotação dentro do PT passou a decair, e não apenas na falta de um mínimo bom-senso na tentativa
canhestra de associar o partido à imagem de um ditador como o venezuelano, um
dos homens mais detestados na pátria de Simon Bolívar, e seguramente a fonte principal
de muitos dos problemas que aquela terra infeliz vem enfrentando.
Dada a posição do ex-presidente Lula dentro do PT, tampouco surpreende
que o hoje presidiário seja a razão principal da permanência de Gleisi à testa
do partido, e não carece ir muito longe para adivinhar o porquê. Os argumentos radicais (além do próprio comportamento
irredentista) da Hoffmann terão comovido o ex-presidente, que, na prisão, deve
guardar muitas mágoas,mas nunca as terá diante da atitude corajosa e até mesmo
provocadora da ex-senadora (cuja popularidade parece decrescer no Paraná na
medida inversa de seu prestígio com o preso mais famoso do país).
Por isso - a menos que se vá mais fundo
na busca de motivações para não escolher
Fernando Haddad - basta apontar para o veto de Lula à
articulação feita em favor de Haddad como sucessor da deputada (e portanto,
presidente do PT), o que não me parece um gesto politicamente compreen-sível do
ex-presidente, a menos que outros motivos não-racionais tenham influenciado o
que no momento equivale a um veto para o ex-candidato presidencial.
Não deseja
estender-me nesse campo minado, mas o pouco que se possa dizer é que Lula
deveria repensá-lo, diante da campanha decerto brilhante realizada por Haddad,
que tem muita responsabilidade pela eleição da maior bancada da Câmara, a par
dos 47 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial, um contraste
muito interessante a se deparar diante do esboroamento de muitas bancadas de
partidos antes solidamente implantados.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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