Como já se sabia há
tempos, Binyamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, tem um Procurador-geral que quer processá-lo
por propina, fraude e corrupção. Afinal tornada pública, a denúncia acontece a
pouco mais de mês das eleições no país, marcadas para o dia nove de abril. Acha-se, por conseguinte, ameaçada a formação
de uma coalizão que seria liderada pelo atual
premier.
Em comunicado divulgado ontem pelo
Ministério da Justiça, a Procuradoria informa
que Netanyahu - que nega as acusações - poderá argumentar contra a denúncia em
audiência, em data a ser definida. Só depois das explicações de Bibi Netanyahu
é que o procurador decidirá se indicia o primeiro ministro. O processo da
denúncia formal ainda pode consumir meses.
Acusação.
Netanyahu, que busca um quarto mandato, é suspeito de haver aceito
indevidamente presentes de um rico empresário israelense, além de prestar
favores a um dono de jornal, em troca de cobertura favorável ao governo.
Segundo o Likud, partido da Direita israelense, se afirma que as denúncias em
tela são fruto de perseguição política. Em pronunciamento na tv israelense, na
noite de ontem, o primeiro-ministro
afirmou estar sendo vítima de uma "caça às bruxas", com o
escopo de influenciar as eleições de abril p.f., acusando a esquerda israelense
de pressionar por um denúncia às vésperas da eleição.
"Algo de terrível está
acontecendo e ferindo a democracia israelense", afirmou Netanyahu ao
jornal Haaretz. "Pela primeira
vez na história do país, teremos uma audiência antes das eleições apenas para
derrubar a direita e levar a esquerda ao governo. Não há outra
explicação."
Entrementes, o principal
rival de Bibi nas eleições, o general Benny Gantz - fundador de um
recém-criado partido - Resiliência Israel, que junto a outros concorrentes pela
coligação intitulada Kachol Lavan (Azul e Branco) - informou que o
possível indiciamento de Netayahu impossibilitará qualquer futura coalizão para
a formação de um governo de direita.
"Dada a publicação das
recomendações do procurador-geral, e as circunstâncias que elas criaram, sentar
juntos (em um governo) com Netanyahu não é uma opção". disse Gantz.
A decisão do
procurador-geral de Israel, Avichai Mendelblit, foi tomada após
cerca de três anos de investigações em três casos distintos. No primeiro, denominado "Caso
4000", Netanyahu é acusado de prover concessões regulatórias a Shaul
Elovitch, acionista controlador de
empresa de telecomunicações Bezek, em troca de cobertura favorável de seu site
de notícias Walla.
Já o intitulado "Caso 2000" se focaliza em um acordo
entre Bibi Netanyahu e Arnon Mozes, dono do jornal Yediot Aharonot, também por uma cobertura favorável, em troca de ações
governamentais contra o diário rival Israel Hayom.
No chamado "Caso 1000¨, Netanyahu volta a ser
acusado de fraude e de quebra de confiança por aceitar presentes caros de
empresários, entre eles o magnata de Hollywood Arnon Milchan, em troca de favores políticos.
Entre os
presentes, avaliados em US$ 264 mil,
estão charutos e garrafas de champagne. A defesa do primeiro-ministro
alega que é aceitável que ele receba presentes de amigos e garante que
Netanyahu tomou decisões que prejudicaram os negócios de Milchan.
De acordo
com o jornal Haaretz (independente de
esquerda), em comunicado da decisão endereçado a Netanyahu, Mendelblit
criticou o primeiro-ministro. "Você
agiu em conflito de interesses e abusou de sua autoridade enquanto levava em
conta outras considerações relacionadas aos seus interesses pessoais e os
interesses de sua família . Você corrompeu os servidores públicos que
trabalhavam sob suas ordens", escreveu
o procurador-geral.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário