Desde muito, a Polícia
Federal apertara o cerco ao presidente Michel Temer. Chegara até mesmo a
realizar uma espécie de interrogatório, realizado por um delegado, dentro do
próprio gabinete presidencial.
Temer era o presidente da república em
funções, que assumira depois do controvertido processo contra Dilma Rousseff,
que levara ao seu afastamento e, posterior término da respectiva presidência.
Os danos causados pela petista ao Erário
público foram palpáveis. Também, apesar dos reclamos petistas, o processo de
afastamento definitivo seguira os parâmetros legais, fundado que foi nas
famosas pedaladas da presidenta.
Tenho para mim que, arranhões à
parte, o processo foi constitucional, obedecendo aos parâmetros legais.
Em comparação com outras, a
administração de Michel Temer, excluída a insistente música vinda do Decreto
dos Portos, e as eventuais diligências da Polícia Federal, nos fazia quase
esquecer os tropeções do declinante petismo.
Se não fora pela malograda
tentativa da proposta de uma reforma da Previdência, gorada pela estranhíssima
noturna visita ao palácio do Jaburu, reservado aos Vices, e algumas frases captadas
pelo Ministério Público, que inviabilizaram politicamente a empresa, somente
agora o intento é revisitado, e de uma forma algo canhestra em que as Partes
parecem emaranhar-se na vegetação rasteira, como se o propósito não merecesse a
necessária prioridade, que não deve ceder lugar a tropeços menores, dada a
própria relevância e a conveniência de chegar-se a um acordo que, por de
interesse nacional, deveria sobrelevar-se a picuinhas e incompreensíveis, desnecessários
desvios.
Mas é o que se nos proporciona
ver. Tenho para mim que interessa ao
Brasil - e às Partes - transcender a obstáculos de somenos, porque não é hora de
dar precedência aos egos respectivos,
e ter a clareza, limpidez mesmo de visão, de ignorar os pequenos óbices e
tratar de costurar um acordo que faça grandeza àqueles que se decidiram a realizá-lo,
eis que o objetivo é tão claro quanto a regra,
e ganham aqueles que não perdem de vista a grandeza do escopo, e,
portanto, não se atardarão com os mofinos obstáculos que pouco ou nada
acrescentam à causa maior. Por isso já se sugeriu que, quizílias menores à
parte, entreguemos a matéria a quem a merece por direito. Acertaram aqueles que torcem pelo Ministro
Guedes. Deixemos aos profissionais que se ocupem da matéria. Na dúvida,
perguntemos ao Mercado se não apóia o
dito parecer...
Por fim, não se pode deparar
sem alguma tristeza, a circunstância de que,
mal findo o seu mandato, um ex-presidente da república venha a ser objeto de
uma operação policial. O mandato é claro: dura
lex, sed lex não deixa dúvidas.
Quero crer que haverá pessoas que façam votos de que a P.F. esteja
equivocada. Não obstante, a prisão de
um ex-Presidente da república, mal acabado o próprio mandato, só deveria ser
implementada se forem pesadas e
irrefutáveis as acusações contra o próprio, assim como no que tange às demais pessoas incriminadas -
um ex-ministro de estado, bem como o coronel Lima, atendido o libelo
incriminante da Polícia Federal, que o magistrado houve por bem aprovar.
(
Fontes: TV Globo, VEJA e principais Diarios.)
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