A
situação na Venezuela, sobretudo a
reação do regime ditatorial chavista contra quem apóia o opositor Juan Guaidó,
mostra a setorial hipocrisia do bando de Nicolás Maduro.
Manda expulsar o embaixador Martin Kriener, da República Federal da
Alemanha, pelo 'crime' de liderar um grupo de diplomatas europeus e
latino-americanos, na recepção ao lider opositor e presidente interino Juan
Guaidó, que, não obstante, ignorara advertência chavista - claramente
sinalizada pelo chamado Tribunal Supremo, que é um títere do chavismo - de não
deixar a Venezuela, sob pena de prisão.
Qual é a "culpa" de Sua Excelência Kriener? Não ser americano, mas um apoiador - na
Comunidade Europeia - do presidente "interino".
Mas a estranha variedade na
reação do chavismo, lhe mostra a fraqueza. Considera "ejetável" o
embaixador alemão - ainda porque a posição da C.E. não tem a necessária
coesão, o que é lamentável, a ponto de a comissária do exterior da CE carecer
de "tempo" para determinar se realmente Maduro é um ditador.
Quando não se pode dar nome aos bois, eis a consequência: a diferença no
tratamento.
Pois quem ele fora receber mostrou pela respectiva coragem - e apoio continental
- que está fora do círculo da conveniente hipocrisia de chavismo. Se não é
tampouco hora de vir reclamar das sanções internacionais contra o criminoso
regime chavista na Venezuela, como trocando culpados e vítimas a
alta-comissária dos Direitos Humanos Michelle Bachelet, eis que parece cair em uma cegueira
ideológica, a ponto de colocar um alvo manto sobre as horrendas, hirsutas
cabeças do chavismo que, coitado, a seu ver não deveria ser submetido a tal provação...malgrado
ser a causa primeira e principal do horror vigente no que foi a pátria do
Libertador, e que ainda há pouco tempo a Venezuela junto com a Colômbia representaram
o solitário fanal a iluminar a América
do Sul, que tinha a sua maior parte coberta pela mortalha da ditadura
militar,mortalha essa que incluía o próprio Chile do tristemente notório
ditador general Augusto Pinochet.
O tempo passa e a fraqueza chavista - indo coletar fundos onde não
devera - arranjou pra lá de estranhos amigos para a claudicante Venezuela. Que tem Putin e Xi Jinping a ver com a
Venezuela, senão os custosos, pesados acordos apoiados nos negros lençóis do
petróleo que a falta de opções do falimentar corrupto Maduro achara bom e oportuno engolir, como se
fossem ofertas de boa vontade da dupla de ditadores de além-Pacífico?
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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