Se
subsistiam dúvidas - em algum recôndito canto conservador - de que Theresa May
ainda tivesse controle da situação, em termos
de condições aceitáveis para uma saída (brexit) negociada com a U.E., a
sua enésima derrota no parlamento de Westminster comprovou o ledo engano em
que a própria desastrosa incompetência política mais uma vez coloca o Reino
Unido.
Se houvesse boa fé de parte da May, ela poderia - dentro da sua peculiar
visão - arriscar mais uma jogada, em que ela submeteria ao parlamento a opção
de tentar uma negociação com a U.E. para estabelecer termos aceitáveis para a
saída (brexit), que incluíssem o backstop
na Irlanda. Em tal sentido, o seu ministro do Foreign Office, Alastair Burt, aí vê a única possibilidade - não há
opção de leave sem um acordo entre as
Partes.
Se ela, no entanto, seja por teimosia, seja por estupidez - e o seu rastro de derrotas parlamentares
demonstra tal capacidade, composta é verdade por uma ulterior característica -
a falta de discernimento, em uma postura de lemming,
aquele peculiar animal da região ártica que continua a liderar a própria louca
coluna de similares, não importa que obstáculos, na corrida terminal rumo ao
abismo - continue seguindo a sua
singular e burra falta de flexibilidade, é mais do que tempo que as lideranças
do Parlamento se convençam, afinal, que
as saídas parlamentares usuais não mais são cabíveis, e que os líderes
estabeleçam como ultima ratio o recurso ao povo soberano, que através de uma
consulta pública refaria o caminho mal-preparado em 2016, para que ele
estabelecesse , através de referendo, o que resta urgentemente fazer, se remain na União Europeia, ou se tenciona
leave , para cortar de uma vez esta
insana e incompetente busca do Parlamento, mal
dirigido é verdade, que transmite para os associados de ultramar mais do
que uma impressão de falta de seriedade e porque não dizer de um mínimo de
visão política, consonante com as tradições políticas dessa Casa que não devem
ser alijadas como adornos que passaram de moda: pois a tudo sobreleva o
interesse dos súditos de Sua Majestade.
Quando esta Casa, pela gravidade da
matéria, não mais demonstra condições de resolver a magna questão, pelos seus
representantes, será conforme o desafio da Hora e aos próprios interesses do
Povo Inglês, que lhe seja confiada a resolução de questão a que as lideranças
já sobejamente demonstraram da oportunidade de submeter através de geral
consulta a decisão definitiva a um novo Referendo, organizado de forma a
respeitar a relevância do tema, de modo a determinar, se o povo de Sua
Majestade decide de forma terminante se permanece (remain) ou se deixa (leave)
a Comunidade Europeia.
(
Fonte: The Independent )
Nenhum comentário:
Postar um comentário