terça-feira, 12 de março de 2019

Do projeto armamentista russo


    
        A guerra da Síria  semelha  haver dado à   Federação Russa a oportunidade de desenvolver as suas armas de guerra. 
          Com efeito,  a longa e infrutífera revolução síria - que irrompera no sul do País com o projeto de livrar a antiga terra da passagem da sárcina da ditadura dos Assad - na verdade levaria a outros resultados, que decerto não tiveram os efeitos (e as ilusões) que motivaram os estudantes daquele país, quando deram início à tal contestação, de início através de passeatas em Damasco e Dera (esta no sul) ,  e mais tarde, a um autêntico empreendimento militar, que não fora a negativa de Barack Obama (cujos reais motivos parecem difíceis de determinar) teria modificado e decerto para melhor a existência do povo sírio, tanto em termos de relativa maior democracia, quanto em melhores condições de vida.
          Ao cabo dessa longa guerra - que quase levou ao Tribunal Penal Internacional o ditador Bashar al-Assad - e que, em fim de contas, se transformou em um conflito que pela falta de visão de Barack Obama (que recusara a proposta de Hillary Clinton, em nome das principais autoridades americanas, com mando na matéria, de dar condições para fazer com que a revolução democrática síria vingasse), ei-la que ameaça por fim terminar, mas  de forma bastante contrária, inclusive aos próprios interesses dos Estados Unidos.
            Além de ressuscitar a ditadura dos Assad - que esteve por um triz em acabar no cemitério da História - eis que a folhas tantas Bashar assume ser um fiel aliado de gospodin Putin, e foi pôr as suas esperanças no Kremlin, com a qual jogada  ressuscita politicamente (ainda que como vassalo do presidente russo).
              A eleição de Trump contra a favorita Hillary Clinton, com o passar do tempo vai crescendo na crônica como outra estranha dádiva de Barack Obama,  que teve várias oportunidades de intervir no processo final da eleição de 2016, mas mostraria ao cabo uma bizarríssima relutância em como democrata apoiar realmente candidata de seu partido. Graças à sua peculiar atitude, a América hoje lhe agradece ficar com Trump, essa triste figura como presidente, muito provavelmente de um só mandato (mas já é bastante...)
               Como se vê, o determinismo na história é muito discutível. O destino da pobre Síria é exemplo disso.  Anuncia-se que a Rússia testou 317 armas avançadas na velha Síria. E isto desde 2015, ano em que Moscou se envolveu na guerra (graças à citada missão de Bashar al-Assad, oferecendo como vassalo ao Kremlin, em troca de guardar o poder). E o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoygu, desce a detalhes: metade das 317 armas foi testada nos primeiros doze meses, desde o início da campanha de bombardeios, em setembro de 2015, para apoiar o exército do vassalo Bashar al-Assad,  que delas muito carecia...


( Fonte: O Estado de S. Paulo  e diversos blogs do autor )

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