A
guerra da Síria semelha haver dado à
Federação Russa a oportunidade de desenvolver as suas armas de
guerra.
Com
efeito, a longa e infrutífera revolução
síria - que irrompera no sul do País com o projeto de livrar a antiga terra da passagem da sárcina da ditadura
dos Assad - na verdade levaria a outros resultados, que decerto não tiveram os
efeitos (e as ilusões) que motivaram os estudantes daquele país, quando deram
início à tal contestação, de início através de passeatas em Damasco e Dera
(esta no sul) , e mais tarde, a um autêntico
empreendimento militar, que não fora a negativa de Barack Obama (cujos reais
motivos parecem difíceis de determinar) teria modificado e decerto para melhor
a existência do povo sírio, tanto em termos de relativa maior democracia,
quanto em melhores condições de vida.
Ao
cabo dessa longa guerra - que quase levou ao Tribunal Penal Internacional o
ditador Bashar al-Assad - e que, em fim de contas, se transformou em um
conflito que pela falta de visão de Barack Obama (que recusara a proposta de
Hillary Clinton, em nome das principais autoridades americanas, com mando na
matéria, de dar condições para fazer com que a revolução democrática síria
vingasse), ei-la que ameaça por fim terminar, mas de forma bastante contrária, inclusive aos
próprios interesses dos Estados Unidos.
Além de ressuscitar a ditadura dos Assad - que esteve por um triz em
acabar no cemitério da História - eis que a folhas tantas Bashar assume ser um
fiel aliado de gospodin Putin, e foi
pôr as suas esperanças no Kremlin,
com a qual jogada ressuscita politicamente
(ainda que como vassalo do presidente russo).
A eleição de Trump contra a favorita Hillary Clinton, com o passar do
tempo vai crescendo na crônica como outra estranha dádiva de Barack Obama, que teve várias oportunidades de intervir no
processo final da eleição de 2016, mas mostraria ao cabo uma bizarríssima relutância
em como democrata apoiar realmente candidata de seu partido. Graças à sua
peculiar atitude, a América hoje lhe agradece ficar com Trump, essa triste
figura como presidente, muito provavelmente de um só mandato (mas já é bastante...)
Como se vê, o determinismo na história é muito
discutível. O destino da pobre Síria é exemplo disso. Anuncia-se que a Rússia testou 317 armas
avançadas na velha Síria. E isto desde 2015, ano em que Moscou se envolveu na
guerra (graças à citada missão de Bashar al-Assad, oferecendo como vassalo ao
Kremlin, em troca de guardar o poder). E o ministro da Defesa da Rússia, Sergei
Shoygu, desce a detalhes: metade das 317 armas foi testada nos primeiros doze
meses, desde o início da campanha de bombardeios, em setembro de 2015, para
apoiar o exército do vassalo Bashar al-Assad,
que delas muito carecia...
( Fonte: O Estado de S. Paulo e diversos blogs do autor )
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