Não surpreende que
a segunda cúpula entre Donald
Trump e Kim Jong-un haja terminado sem acordo entre as Partes acerca da
desnuclearização da Península Coreana.
Na verdade, como se demonstrara em
número anterior da New York Review of
Books fora ilusório o suposto progresso nas negociações entre o presidente
americano e o ditador norte-coreano.
Com escasso conhecimento da matéria,
em termos de desnuclearização, Trump
aceitara muitas posturas de Kim Jong-un
que os expertos ocidentais exporiam como sem base sólida, no que
correspondera a supostas mudanças de posição do atual ditador norte-coreano
que, em verdade, não tinham qualquer base na realidade, e sim na esperteza de
Kim.
Em
outras palavras, na reunião anterior as
alegadas supostas concessões de Kim na
verdade não passavam, se examinadas com as lupas dos expertos na matéria, de posturas que um presidente responsável não teria permitido ganhassem a aparência de
uma supostamente promissora realidade que não tinham.
Kim
na conferência anterior na verdade não fizera concessão substancial, como as
alegadas por Trump. E para aqueles que
antes o apressado 45º presidente sequer terá consultado, como John Ciorciari, diretor do Centro de
Política Internacional da Gerald Ford School of Public Policy, da Universidade
de Michigan, a ausência de progresso não surpreende: "As partes não
estavam perto do ponto de avanço. A reunião foi prematura. Isso deu a Kim a chance de pressionar Trump
por concessões com poucas perspectivas de avanços substanciais na Coreia do
Norte".
No entanto, Kim sai tisnado do fracasso da reunião, por
não haver conseguido a suspensão das sanções e ter pela frente a difícil tarefa
de recuperar a economia norte-coreana. Por outro lado, o fracasso da
conferência de Hanoi é um golpe duro para o presidente sul-coreano Moon
Jae-in, que acreditara demasiado na perspectiva de uma comunidade
econômica entre as duas divididas Coréias, a democracia do Sul e a belicosa
ditadura do Norte. A Coreia do Sul tem um nível de vida e de cultura muito
superior àquele do regime de Kim Jong-un, que rege com mão de ferro a pobre gente da Coreia do Norte. Esta se acha
á em situação econômica e política muito distinta do alto nível de vida
alcançado por Seul, graças ao esforço próprio e ao apoio do Ocidente.
E o fanfarrão Donald Trump
acrescenta mais um tropeço à sua lista.
( Fontes: The New York
Review of Books, O Estado de S. Paulo )
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