A
noticia me chega através de O Estado de S. Paulo. A sacudida inicial está na primeira página:
"O italiano Cesare Battisti, que ficou quarenta anos foragido e recebeu
asilo político no Brasil, admitiu na Itália, onde está preso, que é responsável
por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970. Ele confessou ainda a prática
de roubos."
Battisti, já nos extertores do governo Lula, convencera a muitos - e
disto não me eximo - como o hoje vereador Eduardo Suplicy, e outros menos
votados, quanto à sua inocência. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ele
ganhara status de asilado político, o que então lhe permitira evitar a
extradição.
Nesse
contexto, Tarso Genro, ministro da Justiça que então defendera a proteção concedida
a Battisti - que alegava sofrer perseguição política - admitiu que a confissão
de culpa do italiano derruba os argumentos do governo petista. Genro admitiu que a confissão dá legitimidade
à extradição de Battisti,mas ressalvou que esta pode ser uma tentativa do
italiano de conseguir uma transação penal.
Para
a socióloga Silvana Barolo, integrante do grupo
de Defesa de Cesare Battisti no Brasil, "É igual à Lava-Jato que,
por sinal, teve inspiração na Itália"
disse Silvana, em referência à Operação Mãos limpas, que serviu de modelo
para a atuação da força-tarefa de Curitiba.
De
acordo com Silvana, Battisti está satisfeito com o regime atual. Ele foi levado para a Casa Reclusione di
Oristano, um presídio moderno na Sardenha e, por ser condenado à prisão
perpétua, vai passar os primeiros seis meses em uma solitária. Mesmo assim, tem
direitos que seriam considerados regalias nos presídios brasileiros e até em
outras prisões italianas.
Consoante Silvana, Battisti tem direito a visitas semanas da família e a
uma máquina de escrever com a qual pode continuar exercendo seu ofício de
escritor. Ele tem recebido visitas de irmãos, sobrinhos e filhos, que moram na
Europa. A ex-mulher e o filho de Battisti que vivem no Brasil ainda não foram
visitá-lo.
É de
assinalar-se que Battisti corre o risco de ser enquadrado no regime
"41bis", referência a um artigo da Lei italiana de execução penal,
também conhecido como "regime de prisão dura", que pode ser usado em
casos de crimes específicos, como envolvimento com a máfia, homicídio,
sequestro, terrorismo e tentativa de subverter o sistema constitucional, e só
pode ser suspenso quando o condenado coopera com autoridades ou tem a pena
anulada por um tribunal superior.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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