Oito
Ministros serão sabatinados em Comissões no Congresso - um termômetro para medir os reflexos do
desentendimento público entre o presidente Bolsonaro e o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ)
No
dia mais delicado, quarta-feira 27, oito Ministros estarão no Congresso em
Comissões temáticas. Levando em conta que não é comum tantos ministros em um
mesmo dia no Legislativo, isso já indica
falha na base de apoio, visto que não conseguiu evitar o acúmulo dos convites
para os titulares do primeiro escalão.
O
primeiro teste será na terça-feira, dia 26,
quando o Ministro da Economia, Paulo Guedes, irá pela primeira vez na
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) para falar sobre a
reforma da Previdência e a proposta de aposentado- ria para os militares, que
acompanha um polêmico plano de carreira.
Deputados da oposição e até mesmo governistas preparam uma série de
perguntas incômodas ao "superministro" de Bolsonaro - que já foi
alertado que a audiência pode virar um "corredor polonês".
Na quarta-feira, 27, Guedes volta
ao Congresso, desta vez na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, para discutir diretrizes da
política econômica. Prevê-se que aí o ambiente será menos hostil àquele do dia
anterior.
O ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) que deve
participar de audiência pública com os
senadores na quarta-feira na CCJ, também deve tornar-se alvo para
questionamentos - não necessariamente amicais - dos parlamentares. A esse propósito, observou o Senador Otto Alencar
(PSD-BA) : "Dentro do pacote dele a coisa que eu acho mais sensível é dar
condição de a polícia, no enfrentamento,
matar e não dar satisfação ao Ministério Público e à Corregedoria. Ou então,
vai ser uma brincadeira".
Além dos Ministros Guedes e Moro, os Ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Luiz
Henrique Mandetta (Saúde), Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), Ricardo
Vélez (Educação), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio
Ambiente) participarão de audiências públicas com parlamentares na
quarta-feira. Na terça, Albuquerque participa de uma sabatina no Senado.
O PSB havia protocolado requerimento de convocação de Guedes, mas o
líder do Governo na Câmara,Major Vitor Hugo (PSL-GO) conseguiu transformar a convocação em um convite - uma medida menos
impositiva. O deputado João Campos (PSB-PE) disse que a ideia é atacar os
pontos mais polêmicos da reforma da Previdência, incluindo as mudanças no
Benefício da Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com
deficiência de baixa renda, e na aposen-tadoria rural, além de pedir mais
explicações sobre onde e como os recursos com a economia prevista - de mais de
R$ 1 trilhão - serão aplicados.
O líder do PSL na Câmara,
deputado Waldir (GO), sinalizou que até a sigla de Bolsonaro irá cobrar
explicações aos ministros sobre a proposta de reestruturação da carreira dos
militares. "O governo deixou a reforma para a Câmara fazer mudanças. Agora
ele quer uma economia de R$ 1 trilhão ou só
10% disso?", afirmou.
(Fonte:
O Estado de S. Paulo )
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