sábado, 2 de março de 2019

A Dificuldade Imprevista


                              

          faltava esta.  Que o governo vá encontrar problema no seu próprio chefe em manter a unidade indispensável para implementar a reforma da previdência. Nesse senti- do, a matéria de primeira página da Folha de hoje, dois de março,  tem grande oportunidade : "Governo age para limitar declarações de Bolsonaro".
            Como o blog de ontem sinalizara - Previdência: Bolsonaro começa a piscar - a sensibilidade do tema era óbvia, e a indicação de recuos presidenciais quanto ao tema da reforma não poderia ter sido menos oportuna.
             Essa aparente insegurança presidencial não poderia mandar mensagem menos favorável.  Daí, os recuos sinalizados pelo Presidente só podem trazer perplexidades àqueles que se empenham em tornar a reforma realidade.
              Diz-se que o "Palácio do Planalto prepara estratégia para limitar os comentários do presidente sobre o tema. Membros das áreas econômica e militar querem que ele comente  em público só aspectos sociais  ou pouco sensíveis da proposta, evitando a discussão de pontos que possam causar mal-estar com o Congresso."
               Os recuos sinalizados (mulheres se aposentando, com sessenta anos; rediscussão do modelo proposto para benefícios pagos a idosos, além da fórmula de cálculo da própria pensão por morte) são inacreditáveis pela fraqueza que desvelam, quando mal se inicia a tramitação da reforma..

                 Compreende-se, por conseguinte, a irritação do ministro Paulo Guedes, da Economia, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

                   Não é possível imaginar que o próprio maior interessado na implementação de uma reforma séria, que atenda ao interesse nacional, possa vir a desestabilizar o principal projeto do seu Governo, com declarações que denotem insegurança e transmitam mensagem que só tende a gerar perplexidade em quem acredita no potencial da reforma  (sem falar no efeito contrário junto à oposição...)

                   Data venia, as observações do Presidente da República me recordam da oportunidade de o que me dizia o boxeador amador e diplomata Miguel Ozório de Almeida, me repassando o que lhe confiara um velho colega seu boxeador: "alguém só vai a nocaute por um murro de que não se saiba de onde saíu..."

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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