Guaidó, ao reunir-se com as chefias sindicais do setor público, se
concentra na definição de uma agenda de greves na Administração Pública.
"Faremos uma greve escalonada, proposta dos trabalhadores para
nunca mais trabalharem pela ditadura", declarou o Presidente-interino Juan
Guaidó. Ao ocupar-se da agenda das greves no setor público, Guaidó deixa a área desimportante que poderíamos assemelhar à l'inauguration des petits jardins et de fleurages, para passar
a incomodar o Estado chavista.
A
partir de hoje, pedimos que toda a Assembleia Nacional) - único órgão contro-lado
pela Oposição trabalhe junto com a gente
para tirar do poder os que roubam a
vontade popular, nossos votos do Poder Eleitoral. Aposentados dessa
instituição precisam emigrar, porque
(senão) morrem de fome", declarou Enrique Cedeño, secretário-geral do
sindicato do Conselho Nacional Eleitoral.
Consoante
Juan Andrés Mejia, deputado da oposição, a estratégia de Guaidó é isolar o
regime chavista."Isso envolve levar uma mensagem não apenas aos militares, mas a outras partes
da base de Maduro", explicou Mejia.
Os sindicatos dos setores públicos "têm sido parte da estratégia do
regime para continuar no poder", com seus funcionários comparecendo a
manifestações pró-Maduro", segundo acrescentou o sindicalista.
"É preciso a mudança política para reativar o setor elétrico que
hoje está 70% paralisado. Denuncio que 296
dirigentes sindicais têm seus benefícios suspensos hoje por levantar sua
voz", afirmou depois da reunião Reinaldo Díaz, representante da estatal
elétrica Copoelec.
Para analista da Univ. Central da Venezuela Félix Seijas, a oposição
"precisa transmitir ao Povo que está avançando, com passos firmes. Se não
fizer isso, o Povo acabará ficando desencorajado."
Presença
do Medo.
Guaidó planejara reunir-se com
representantes de cerca de seiscentos
sindicatos. Por isso, antecipava presença maciça de trabalhadores, mas muitos
não compareceram, alegando medo da retaliação do Governo chavista. O líder oposicionista representa um ulterior
desafio, ao enfrentar um Governo que vem resistindo à pressão internacional.
E, no entanto, na
reunião de ontem também estavam
presentes representantes da Chancelaria, de companhias telefônicas e
petrolíferas, todas atualmente sob comando chavista.
Com efeito, o Governo
é considerado o maior empregador do país, com cerca de dois milhões de
empregados. Enquanto porém Guaidó se reunia com líderes sindicais, poucas
centenas de trabalhadores foram ao lugar da reunião mostrar o seu apoio ao
Presidente interino.
Na verdade, um deles,
do cartório federal, asseverou que a maioria dos quatro mil trabalhadores nesse
setor apoia o presidente Guaidó. "Não há muitos de nós aqui", não
deixou ele de reconhecer, falando sempre sob a condição do anonimato:
"Temos medo de demissões por demonstrar lealdade à Oposição."
Por sua vez, Lenin
Briceno, de 54 anos, bancário
aposentado, afirmou que ao menos 80% de
seus antigos colegas apoiam a Juan Guaidó.
Nesse sentido, e para tentar dar voz a esta maioria silenciosa, o líder Guaidó declarou: "Nossa pressão
está apenas começando, a jogada social
agora é sair às ruas".
Ontem, sete de março, Maduro voltou a manifestar-se, declarando que
"derrotará uma minoria louca que
quer desestabilizar o país." Nesse sentido, o presidente chavista convocou
ulteriores manifestações "anti-imperialistas ", para este sábado,
nove de março, que é a mesma data prevista para os protestos que o presidente Guaidó pretende realizar.
Tais
assembleias informais serão examinadas com a lupa do cheiro de povo, que é a
medida da própria autenticidade, seja pelas organizações sindicais liberais, seja
nas situacionistas, sob comando das
centrais chavistas.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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