O advogado Antonio Cláudio Mariz de
Oliveira, que representa Michel Temer,
afirmou ontem que o presidente
está sendo alvo de uma "devassa" em sua vida. Mariz criticou a
autorização para quebra do sigilo bancário de Temer no inquérito que apura
irregularidades no chamado Decreto dos
Portos e a inclusão emedebista na investigação sobre repasses da Odebrecht para
campanhas do partido.
Segundo o advogado, as decisões dos
ministros do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso e Edson Fachin
afrontam a Constituição porque Temer não poderia ser investigado "responsabilizado"
por atos anteriores ao mandato.
"Está havendo uma verdadeira
devassa na vida do presidente da República, cujos objetivos e causas são
desconhecidas. Por que se está fazendo isso com Michel Temer?", afirmou
Mariz ao Estado. "Os fatos concretos quando surgem são contestados, duas
denúncias já foram suspensas, o seu andamento, porque a Câmara não deu
autorização e, no entanto, se continua a fustigar, a praticar uma verdadeira
devassa contra ele."
Para o advogado, Barroso
autorizou a quebra do sigilo em "um inquérito que praticamente perdeu seu
objeto". Ficou demonstrado, já
documentalmente, e o ministro Barroso tem conhecimento disso, que a Rodrimar (empresa alvo da investigação) não foi
beneficiada pelo decreto de 2017. Isso está documentado nos autos. O objeto do
inquérito era exatamente apurar eventual favorecimento do presidente em relação
a esta empresa e esta empresa não foi favorecida."
Mariz reiterou a informação da
Presidência de que será dado acesso à imprensa dos extratos das contas
bancárias de Temer. "Nem precisaria afirmar isso, porque isso vai aos
autos e creio que o relator permitirá que a imprensa tenha amplo acesso a
isso", disse. "O presidente da República não se opõe a essa exibição,
apenas está estupefato, estarrecido com as agressões que se pratica contra a
própria Constituição, querendo por toda lei, a toda força, incluí-lo em novos
inquéritos."
( Fonte: O Estado de S. Paulo
)
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