Mireille Knoll, de 85
anos, foi vítima de bestial crime, que se comprovaria como motivado por ódio
religioso. Há dois suspeitos nesse homicídio:
um de 29 anos que vivia no mesmo prédio (destinado a locatários de baixa renda)
que Mireille, e outro que é morador de rua.
A autoria do assassinato não tardou
em ser desvendada quando um dos suspeitos declarou aos investigadores, que o
autor das facadas gritara Allahu (Deus é grande!).
Esclareceu-se depois que esse indivíduo
(de 29 anos) vivia no mesmo prédio, e o outro, é morador de rua. O suspeito - e
provável autor do infame crime - era próximo da idosa. Segundo a família,
Mireille o conhecia muito bem, e o considerava como um filho.
A par da violência e do estúpido ódio
racial, outro fator que provocou comoção, pela bestialidade do crime, foram as
circunstâncias que cercavam a existência de Mireille, que era cadeirante. A
comunidade judaica francesa - cerca de 400 mil pessoas - se movimentou para
denunciar o crime e a violência religiosa em relação aos judeus na Europa.
Mireille nascera em 28 de dezembro
de 1932, em Paris, e seu pai imigrara do Brasil. Por isso, o pai lhe legara a
nacionalidade brasileira. Foi este
passaporte que lhe salva a vida, quando em quinze de julho de 1942, os alemães
fazem a tristemente famosa triagem dos treze mil judeus franceses que vão para
Auschwitz, com a infame conivência do regime do Mal. Pétain. Por ser
brasileira, Mireille fica na França, de onde logra fugir para Portugal, junto
com a mãe. De lá, viajam para o Canadá, e depois da guerra se casa com um
francês, sobrevivente de Auschwitz, com quem retorna a Paris.
Dessarte, segundo resume sua neta,
Noa Goldfarb, de 34 anos, hoje residente em Israel: "Minha avó conseguiu
escapar dos nazistas. Mas os radicais islâmicos a mataram."
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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