quinta-feira, 29 de março de 2018

Bárbaro assassínio de anciã brasileira


                        

          Mireille Knoll, de 85 anos, foi vítima de bestial crime, que se comprovaria como motivado por ódio religioso.  Há dois suspeitos nesse homicídio: um de 29 anos que vivia no mesmo prédio (destinado a locatários de baixa renda) que Mireille, e outro que é morador de rua.
              A autoria do assassinato não tardou em ser desvendada quando um dos suspeitos declarou aos investigadores, que o autor das facadas gritara Allahu  (Deus é grande!).
           Esclareceu-se depois que esse indivíduo (de 29 anos) vivia no mesmo prédio, e o outro, é morador de rua. O suspeito - e provável autor do infame crime - era próximo da idosa. Segundo a família, Mireille o conhecia muito bem, e o considerava como um filho.
          A par da violência e do estúpido ódio racial, outro fator que provocou comoção, pela bestialidade do crime, foram as circunstâncias que cercavam a existência de Mireille, que era cadeirante. A comunidade judaica francesa - cerca de 400 mil pessoas - se movimentou para denunciar o crime e a violência religiosa em relação aos judeus na Europa. 
            Mireille nascera em 28 de dezembro de 1932, em Paris, e seu pai imigrara do Brasil. Por isso, o pai lhe legara a nacionalidade brasileira.  Foi este passaporte que lhe salva a vida, quando em quinze de julho de 1942, os alemães fazem a tristemente famosa triagem dos treze mil judeus franceses que vão para Auschwitz, com a infame conivência do regime do Mal. Pétain. Por ser brasileira, Mireille fica na França, de onde logra fugir para Portugal, junto com a mãe. De lá, viajam para o Canadá, e depois da guerra se casa com um francês, sobrevivente de Auschwitz, com quem retorna a Paris.
             Dessarte, segundo resume sua neta, Noa Goldfarb, de 34 anos, hoje residente em Israel: "Minha avó conseguiu escapar dos nazistas. Mas os radicais islâmicos a mataram."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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