Pelo relato no Estadão, o Brasil, se ainda está no Terceiro
Mundo, já se acha em condições de encenar assaltos de Primeiro
Mundo... Foi, pelo menos, o que se viu à noite neste domingo em Viracopos: com
um veículo clonado para driblar a segurança do Aeroporto internacional de
Viracopos, cinco homens armados com fuzis invadiram na noite de domingo, 4 de
março, a pista de pouso, renderam funcionários e roubaram US$ 5 milhões que
seriam transportados num avião da empresa aérea alemã Lufthansa.
O dinheiro em
espécie havia sido embarcado no aeroporto em Guarulhos, mas estava prevista uma
escala em Campinas. O destino final do voo, porém, era Frankfurt, na Alemanha. A PF investiga porque
a carga de dólares estava fora do avião quando os criminosos chegaram.
Um carro-forte da empresa de
transporte de valores Brinks estava
próximo do avião, mas não havia funcionário da companhia no local.
Ontem, a Receita Federal divulgou que
a remessa de US$ 5 milhões foi declarada ao Banco Central e à própria
Receita. No ato da declaração, é
necessário comprovar a origem do dinheiro, o que foi feito. Em razão do sigilo
bancário, o remetente do valor não foi informado. Em geral, a remessa de valores
para o exterior é coberta por seguros.
Segundo a versão apresentada pela
Polícia Federal, os assaltantes entraram na área de segurança do aeroporto após
arrebentar o alambrado que cerca o terreno. A bordo de uma caminhonete Toyota
Hillux falsificada - com cores e características da empresa de vigilância -, eles contornaram
a pista de pouso e decolagem e se depararam com um veículo de segurança. Os
dois ocupantes foram feitos reféns. No percurso até o Terminal de Cargas, onde
estava pousado o avião cargueiro da empresa alemã, eles passaram por outros
seguranças sem serem incomodados.
A ação durou seis minutos: os
funcionários foram rendidos e o malote com os dólares foi colocado na
caminhonete. Na saída, pela estrada de acesso ao bairro Ouro Verde, os
criminosos trocaram de veículo e queimaram a caminhoneta sobre a pista para
dificultar a perseguição. Todos fugiram.
Enquanto a planejamento, o
professor da Fundação Getúlio Vargas, Rafael Alcadipani, membro do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, o que surpreende neste caso é o planejamento,
a capacidade de execução do crime. "Eles (os assaltantes) ficam cada vez mais especializados, e não há um combate
efetivo ao crime organizado no Brasil", disse. "Esse tipo de crime (em que os
criminosos sabem onde está determinado objeto a ser roubado) é a chamada 'fita dada' no jargão policial. Provavelmente alguém de dentro
avisou que havia essa quantidade de dinheiro e possibilitou que houvesse o
planejamento. Se não tivermos um combate efetivo ao crime organizado, cada vez
mais estaremos submetidos a esse tipo de coisa."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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