Ao ler sobre a história
do ex-agente duplo russo internado no Reino Unido, Sergei Skripal, desde ontem
internado em estado grave, na cidade de Salisbury depois de ter sido exposto a
substância não identificada, logo me lembrei de o que ocorrera há tempos também
na velha Inglaterra, a desafeto de Vladimir Putin que não viu mal em aceitar
tomar taça de chá com dois russos vindos especialmente de Moscou para
visitá-lo.
Os meus leitores com
boa memória se lembrarão de o que ocorreu
com o pobre Alexander Litvinenko, que fugira da Rússia, para escapar da
vingança de Vladimir Putin. O problema é que ele cometeu o grande erro de
confiar em outros russos que queriam conversar com ele em casa de chá inglesa.
Litvinenko pagaria com a vida tal ingenuidade, pois o chá tinha polonium como um dos ingredientes
(segundo verificado no exame pós-óbito). Se esse veneno tem a vantagem de matar
em pouco além de 24 horas, a sua desvantagem está no fato de que é subproduto
de reator atômico, o que restringe bastante a gama dos suspeitos.
Os ingleses são um povo
hospitaleiro e mandou-se investigar por um Lord
as circunstâncias do assassínio de Litvinenko. Como referi alhures, Sua
Senhoria Robert Owen chegou à conclusão no seu veredito que a morte de
Litvinenko pode ter sido aprovada pelo próprio Presidente Putin, porque
Alexander Litvinenko desertara para a Inglaterra, insatisfeito com o rumo
tomado pelo novo governante. Ele faleceria em 23 de novembro de 2006.
Mas voltemos ao que aconteceu com
o ex-coronel Sergei Skripal, da unidade de inteligência militar GRU. Skripal
foi acusado de trair agentes de seu próprio país. Em 2010, no entanto, o
ex-agente duplo (espionava também para o Reino Unido) teve sua pena de 13 anos
perdoada, e foi entregue às autoridades britânicas, em uma troca de espiões no
estilo Guerra Fria, ocorrida em Viena, em
que os russos presos pelos Estados Unidos foram devolvidos a Moscou.
Agora, segundo a polícia, Skripal
foi encontrado inconsciente em banco de praça de Salisbury, ao lado de duas
outras pessoas, um homem de cerca de 60 anos e uma mulher de trinta - que
também foram levados para atendimento médico. Nenhum deles tinha ferimentos
visíveis. Ainda não está esclarecido
pelo hospital de Salisbury o que terá causado o problema.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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