domingo, 11 de março de 2018

O triunfo de Assad


                        

        Impensável há dois anos atrás, o tirano Bashar al-Assad está próximo de reapossar-se de toda a Síria, menos os enclaves que cedeu a Putin, e então poderá afinal restabelecer  o território sírio de antes.
         As marcas da guerra civil ficam, e a destruição de tantas cidades, como Aleppo, e a própria Damasco, que em muitas áreas são sombras do passado de uma Síria hoje pouco mais do que amontoado de ruínas, quadros disformes dos centros pré-revolta, porque grande parte dos muros e das paredes se acham por terra. A única diferença entre a ceifada juventude, as fábricas e usinas, e o montão de esperanças, será que aqueles que sobreviveram ainda tem a carga do desconforto físico e da remembrança que aquilo que não os ventos mas os bombardeios vindos de toda parte trouxeram para as cidades-cemitério.
         As revoluções são feitas de esperança, sobretudo aquelas que batalharam por mais democracia, não às masmorras e ao inferno da repressão, que o sonho da liberdade pensara levar, e que hoje, quais máscaras desgrenhadas deparam os infelizes que andam temerosos por esses tortuosos becos nos quais se perderam na esperança de uma vida melhor.
          O que lhes resta é, sobretudo,   o que do sonho de livrar-se da burrice, da arrogância e da tirania dos Assad,  terá ficado pelas ruas e  caminhos, hoje transformados em montões de ruínas e monturos, a que o Ditador pode recorrer com o gosto da vingança,e em que sempre restará  o ressaibo da raiva ruim.
          E os sobreviventes dos estúpidos, ferozes ataques, dos gases pestilentos, da covardia extrema de projéteis vindos do inferno, que trazem no seu bojo malévolo e maldito a criminosa fumaça que se insinua nas entranhas da pobre gente, enquanto as queima por dentro, como expressão de estúpida vingança sem sentido, que os infelizes sequer captam e compreendem, pois eles vêm de longe, mas sentem a anônima crueldade do castigo  injusto, feito de poder e indiferença, sobre que paira o sorriso do ditador. Bemvindo a todo aquele que à Terra da Passagem torna, para a maior glória do Presidente Bashar al-Assad!

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