Impensável
há dois anos atrás, o tirano Bashar al-Assad está próximo de reapossar-se de
toda a Síria, menos os enclaves que cedeu a Putin, e então poderá afinal
restabelecer o território sírio de
antes.
As marcas da guerra civil ficam, e a
destruição de tantas cidades, como Aleppo, e a própria Damasco, que em muitas
áreas são sombras do passado de uma Síria hoje pouco mais do que amontoado de
ruínas, quadros disformes dos centros pré-revolta, porque grande parte dos
muros e das paredes se acham por terra. A única diferença entre a ceifada
juventude, as fábricas e usinas, e o montão de esperanças, será que aqueles que
sobreviveram ainda tem a carga do desconforto físico e da remembrança que
aquilo que não os ventos mas os bombardeios vindos de toda parte trouxeram para
as cidades-cemitério.
As revoluções são feitas de esperança,
sobretudo aquelas que batalharam por mais democracia, não às masmorras e ao
inferno da repressão, que o sonho da liberdade pensara levar, e que hoje, quais
máscaras desgrenhadas deparam os infelizes que andam temerosos por esses
tortuosos becos nos quais se perderam na esperança de uma vida melhor.
O que lhes resta é, sobretudo, o que
do sonho de livrar-se da burrice, da arrogância e da tirania dos Assad, terá ficado pelas ruas e caminhos, hoje transformados em montões de
ruínas e monturos, a que o Ditador pode recorrer com o gosto da vingança,e em
que sempre restará o ressaibo da raiva ruim.
E os sobreviventes dos estúpidos,
ferozes ataques, dos gases pestilentos, da covardia extrema de projéteis vindos
do inferno, que trazem no seu bojo malévolo e maldito a criminosa fumaça que se
insinua nas entranhas da pobre gente, enquanto as queima por dentro, como
expressão de estúpida vingança sem sentido, que os infelizes sequer captam e
compreendem, pois eles vêm de longe, mas sentem a anônima crueldade do castigo injusto, feito de poder e indiferença, sobre
que paira o sorriso do ditador. Bemvindo a todo aquele que à Terra da Passagem
torna, para a maior glória do Presidente Bashar al-Assad!
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