segunda-feira, 5 de março de 2018

Carta para o Prefeito


                             

        O  prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, está multiplicando idéias pouco felizes. Naquele tom confiado com que pensa aproximar-se dos cidadãos cariocas, disse à toda gente do Rio, que ía aproveitar a folguinha do carnaval e viajar para a Europa (Alemanha, Áustria e Suécia) para cuidar de assunto do interesse desta cidade.  
         Pegou mal a desculpa, prefeito. Porque carnaval não é folguinha para o senhor. É o momento mais importante do ano, quando deveria ocupar-se da maior festa da cidade, que é justamente o carnaval. O senhor deve é comparecer ao seu camarote especial na Sapucaí e de lá acompanhar a  festa com as escolas de samba.
       Muita gente vem especialmente ao Rio para ver, sentir e em muitos casos brincar o carnaval. Assim mesmo, prefeito, verbo transitivo. Porque não há evento mais próximo para esta Cidade que foi maravilhosa, e que voltará a se-lo, do que a chamada estação do carnaval. É um estado de espírito do carioca, e o senhor deve respeitá-lo. Primeiro, porque entrou para a eleição e virou Prefeito do Rio.  O carnaval é - e será sempre - o grande evento do Rio de Janeiro. O carnaval, prefeito, não é festinha qualquer, mas a grande festa do Rio, cidade maravilhosa.
       Não dá para fazer o que o senhor fez, porque pega malíssimo, muito mal mesmo. Não dá para separar Rio e Carnaval.  E o senhor não invente mais folguinhas no Carnaval, porque para redizer em linguagem simples pega malíssimo. Todos sabemos que o senhor gosta de viajar p'ras Europa. Se me permite dizê-lo, gosta um pouco demais. Essa de dizer que vai à cata de drone para trazer ao Rio, lamento dizer-lhe que não foi para isso que o povo o elegeu.
       Por falar  em eleição,  já é mais do que tempo de cuidar das ruas e faixas do Rio. Estão de fazer pena. As faixas são importantes para os pedestres, e não é bonito nem prazeroso o estado em que estão agora. As faixas, prefeito, não podem ser abandonadas, porque elas estão estreitamente ligadas à segurança do pedestre.
          Para ajudar os cariocas, porque não aumenta o tempo de travessia das ruas e avenidas desses rídiculos oito segundos, para honestos quinze segundos? Enfim de contas, os idosos existem e precisam de um pouquinho mais de tempo para tentarem atravessar as avenidas e ruas do Rio de Janeiro.
         Por fim, não quero maçá-lo muito. Ponha pardais nos sinais, para que fotografem os ônibus e carros infratores. Terá um pouco mais de dinheiro, e poderá gastá-lo cuidando de limpar as calçadas dos camelots que literalmente invadiram tais espaços, além de tirarem muito dinheiro do comércio, e espalharem  imagem abagunçada.  Como cuidamos de nossas casas e apartamentos, também temos de olhar pela cidade pela qual passeamos.
          Procure ser um bom Prefeito, senhor Crivella. Pesa-me dizê-lo, mas até o momento, o senhor não passa essa imagem.

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