Pelo visto a
proximidade de várias decisões relevantes sobre a próxima eleição, e em
particular a determinação da situação legal do ex-presidente Lula da Silva tem
criado atmosfera infelizmente propícia para que certos segmentos que tendem a buscar atuar de modo que
privilegie de forma perigosa e mesmo ilegal intentos que tentem valer-se de
meios fora do circuito da normal disputa política, com o escopo de pescar em
águas turvas, e vir a subverter posições que muitos de tais círculos
interpretem como potencialmente negativas e, por conseguinte, dentro dessa paralógica
da ilegalidade e da consequente visão da violência (ou ameaça de) como um
recurso para tentar mudar a configuração de determinado estado de coisas, que
dentre esses círculos da páralegalidade - aqueles setores que um chefe militar
no passado se referira a companheiros
sinceros porém violentos - tende a
ser encarados como meios a serem empregados como espécie de ultima ratio.
O Ministro Edson Fachin afirmou ontem,
27 de março, que sua família está recebendo ameaças. Nesse sentido, pediu
providências sobre o caso à presidente da
Corte, Ministra Cármen Lúcia.
Fachin em entrevista televisiva ao
jornalista Roberto D'Ávila demonstrou certa tensão. Para ele, o principal
receio é de que algum familiar seja atacado por causa de sua atuação no STF. "Essas
circunstâncias não são singelas, mas em relação a mim, que aqui estou por ter
respondido afirmativamente ao chamamento que a vida me fez (...) sou grato à
vida por poder prestar esse serviço. Fico preocupado com aqueles que, membros da
minha família, não fizeram essa opção e poderão eventualmente sofrer algum tipo
de consequência. Mas espero que nada disso se passe", afirmou. Indicado
para o Supremo pela então presidente Dilma Rousseff em 2015, ele não relacionou
as ameaças a nenhum caso específico em que esteja atuando ou que tenha julgado.
Nesse sentido, e ainda de forma
genérica, Fachin afirmou que as autoridades públicas precisam ter
comportamentos exemplares em meio à tumultuada situação atual do país.
"Esse fenômeno tem implicado uma certa diluição da autoridade das
instituições, dos que ocupam função pública e, ainda mais grave, da autoridade
do próprio sistema normativo. O problema é que o outro lado dessa diluição é mais
ou menos o Estado de todos contra todos, uma certa barbárie",
avaliou. Para Fachin, a tarefa de ser
relator da Lava Jato é "um grande desafio".
Ontem, o Supremo informou em nota que
autorizou o aumento do número de agentes para escolta permanente de Fachin. A
presidência do STF reforçou pedido para
que a Diretoria-geral da Corte examine e tome providências para aumentar o
número de seguranças para a família do ministro em Curitiba.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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