terça-feira, 6 de março de 2018

Blog 5000


                                                 

         Não é decerto comum que o número do blog se torne o seu título, mas neste aspecto, quanto em tantos outros creio que o leitor entenderá o meu ponto de vista. Nesse instante, o pensamento caminha para Os Cachorros de Atenas. Com o blog inicial, escrito sem a intenção de transformá-lo em série, de algum modo experimentava nova forma de comunicação.
          O blog é como uma página de diário. Se surge como retrato da experiência diária, ele pode tanto iniciar longa série, quanto a limitar-se a uma reflexão.
           Ele é também um instantâneo. Ao realizá-lo, se não é impossível dele extrair o tempo que reflete, as esperanças que alimenta, e as ideias, poucas ou muitas, que acaso reflita, tampouco se deve perder a esperança e a irrequietude, que pode ser a fonte da sua tranformação. Que ela esteja sempre de acordo com a hora e o tempo, que são os senhores da existência e de tudo que lhe confira algum sentido, e possa estar sempre em condições de abraçar  a memória.
            Nela estará tudo o que persegues, tanto aquilo em que crês, quanto o quê será objeto desse sorriso travesso de quem escreve, não esquecendo nunca a visita da esperança e do improviso, companheiros ariscos, furtivos e por vezes irônicos.
             Que os teus sonhos, não te esqueças nunca deles. Porque neles está a tua verdade, tudo o que pensas e crês, e enquanto assim fores, por absurdo que parecer possa.
         Não imagino essas linhas futuras sem o serôdio prêmio que o destino, depois de longa travessia, me fez florir em recanto que por longo momento pensara já inatingível. A esperança, quando realizada, é como a luz da manhã, nos mádidos jardins que a existência nos reserva. Quem dela se afasta, tantos prêmios enjeita e com eles aquela troca de olhares em que duas almas partilham mais pensamentos e segredos, em que encontramos a linguagem que os códigos não decifram, e que nos prometem da flor o encanto, e da verdade, o passo seguro, enquanto uma criança sorri, e um cachorrinho levanta as patinhas pensando reconhecer-nos.


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