A cada ulterior
nomeação da Administração Trump, penso em quão diferente seria se Hillary
houvesse sido eleita. Mas viremos
depressa a página, por mais que os Estados Unidos lucrassem com a presidência da primeira mulher, eis que
com Donald Trump, com o perdão da palavra, temos alguém limitado na
presidência, e a fortiori, pessoa
imprevisível que pelo jeito com que vai e se Mr Robert Mueller III não apressar
um pouco os tempos, infelizmente no aspecto do prejuízo não se pode subestimar
uma figura com as características deste presidente.
Agora ele nos brinda com a
designação de John Bolton. Como se vê no sumário a seu respeito preparado por
Hélio Gurovitz, ao ser colocado como Conselheiro de Segurança Nacional, representa
magnificar as questões e os problemas. Sendo um republicano de quatro costados e de
posições radicais - segundo Gurovitz, Bolton foi criticado na campanha
eleitoral por nacionalistas, neo-protecionistas e racistas da alt-right - mas
vê-se o quanto Bolton é anti-estrangeiro pela sua assertiva: o serviço
diplomático deveria ser advogado dos
interesses americanos, não ficar se desculpando. Por isso, que Bolton é o
anti-diplomata, e escolhê-lo como Conselheiro de Segurança Nacional não me parece que haja aí um pingo de
sensatez. O diplomata, mesmo tratando de segurança nacional, não pode perder de
vista o objetivo da diplomacia, que é a obtenção dos fins nacionais se possível
pelo consenso e pela compreensão das posições da outra parte.
Embora tenha ele muita coisa em comum
com o atual Presidente em termos de política externa, tenho minhas dúvidas se, mesmo
assim, esquentará o lugar.
Bolton é desses tipos que
tendem a criar problemas em todos os lugares para onde vão. E quando digo que
pode não esquentar lugar - o que seria, ao ver de muitos, uma boa solução - não
resisto ao pensamento que sendo alguém com temperamento difícil, quem sabe não
encontrará algum motivo para indispor-se com o amigo presidente?
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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