domingo, 25 de março de 2018

John Bolton


                                               

           A cada ulterior nomeação da Administração Trump, penso em quão diferente seria se Hillary houvesse sido eleita.  Mas viremos depressa a página, por mais que os Estados Unidos lucrassem  com a presidência da primeira mulher, eis que com Donald Trump, com o perdão da palavra, temos alguém limitado na presidência, e a fortiori, pessoa imprevisível que pelo jeito com que vai e se Mr Robert Mueller III não apressar um pouco os tempos, infelizmente no aspecto do prejuízo não se pode subestimar uma figura com as características deste presidente.
                 Agora ele nos brinda com a designação de John Bolton. Como se vê no sumário a seu respeito preparado por Hélio Gurovitz, ao ser colocado como Conselheiro de Segurança Nacional, representa magnificar as questões e os problemas.  Sendo um republicano de quatro costados e de posições radicais - segundo Gurovitz, Bolton foi criticado na campanha eleitoral por nacionalistas, neo-protecionistas e racistas da alt-right - mas vê-se o quanto Bolton é anti-estrangeiro pela sua assertiva: o serviço diplomático deveria ser  advogado dos interesses americanos, não ficar se desculpando. Por isso, que Bolton é o anti-diplomata, e escolhê-lo como Conselheiro de Segurança Nacional  não me parece que haja aí um pingo de sensatez. O diplomata, mesmo tratando de segurança nacional, não pode perder de vista o objetivo da diplomacia, que é a obtenção dos fins nacionais se possível pelo consenso e pela compreensão das posições da outra parte.
                 Embora tenha ele muita coisa em comum com o atual Presidente em termos de política externa, tenho minhas dúvidas se, mesmo assim, esquentará o lugar.
                  Bolton é desses tipos que tendem a criar problemas em todos os lugares para onde vão. E quando digo que pode não esquentar lugar - o que seria, ao ver de muitos, uma boa solução - não resisto ao pensamento que sendo alguém com temperamento difícil, quem sabe não encontrará algum motivo para indispor-se com o amigo presidente?

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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