A justiça
eleitoral venezuelana - em medida arranjada para favorecer o Governo de Maduro
- adiou por cerca de um mês as eleições presidenciais. Esse 'ajuste' dividiu
ainda mais a Oposição, tendo sido considerado pela maior parte dos críticos ao
governo como manobra para legitimar a permanência do Presidente Nicolás Maduro
no poder.
A presidente do
Conselho Nacional Eleitoral (CNE) Tibisay Lucena afirmou que a votação foi adiada de 22 de abril para
20 de maio após selar um acordo sobre garantias eleitorais com os três partidos
opositores que aceitaram participar do pleito.
Em cínica jogada
designada a prejudicar a Assembléia Legislativa - único órgão em que a Oposição
tem maioria - o principal dos três partidos ditos opositores - a chamada Aliança Progressista, de Henri Falcón, ex-governador de Lara, se compõe de
dissidentes chavistas e igualmente rompeu com a coalizão opositora Mesa da
Unidade Democrática (MUD), ao decidir participar da eleição.
As eleições
parlamentares estaduais foram marcadas para o mesmo dia. Prevê-se que com prazo maior o chavismo antecipará também a
eleição legislativa nacional, prevista apenas para 2020, para acabar com a
atual legislatura que é o único Poder controlado pela Oposição democrática.
A MUD acusa Falcón de "fazer o
jogo do governo". "É uma eleição feita sob medida para a vitória de
Maduro, sem um adversário verdadeiramente competitivo", disse o cientista
político Luís Salamanca. "É uma
montagem para fazer parecer que existe uma disputa democrática."
Partidários
de dois dos principais líderes da MUD, Henrique Capriles e Leopoldo López, acusaram Henri Falcón de se vender ao governo e
estão estimulando os eleitores a se absterem.
Enquanto
isso, os EUA anunciaram ontem que estudam novas sanções contra o governo de
Maduro, em razão de o que consideram serem "condições injustas" para
a votação presidencial.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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