sexta-feira, 2 de março de 2018

Outra manobra eleitoral de Maduro


                          

         A justiça eleitoral venezuelana - em medida arranjada para favorecer o Governo de Maduro - adiou por cerca de um mês as eleições presidenciais. Esse 'ajuste' dividiu ainda mais a Oposição, tendo sido considerado pela maior parte dos críticos ao governo como manobra para legitimar a permanência do Presidente Nicolás Maduro no poder.
           A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) Tibisay Lucena afirmou  que a votação foi adiada de 22 de abril para 20 de maio após selar um acordo sobre garantias eleitorais com os três partidos opositores que aceitaram participar do pleito.
            Em cínica jogada designada a prejudicar a Assembléia Legislativa - único órgão em que a Oposição tem maioria - o principal dos três partidos ditos opositores - a chamada Aliança Progressista, de Henri Falcón,  ex-governador de Lara, se compõe de dissidentes chavistas e igualmente rompeu com a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), ao decidir participar da eleição.
            As eleições parlamentares estaduais foram marcadas para o mesmo dia. Prevê-se que com  prazo maior o chavismo antecipará também a eleição legislativa nacional, prevista apenas para 2020, para acabar com a atual legislatura que é o único Poder controlado pela Oposição democrática.
            A MUD acusa Falcón de "fazer o jogo do governo". "É uma eleição feita sob medida para a vitória de Maduro, sem um adversário verdadeiramente competitivo", disse o cientista político Luís Salamanca.  "É uma montagem para fazer parecer que existe uma disputa democrática."
              Partidários de dois dos principais líderes da MUD, Henrique Capriles e Leopoldo López, acusaram Henri Falcón de se vender ao governo e estão estimulando os eleitores a se absterem.
               Enquanto isso, os EUA anunciaram ontem que estudam novas sanções contra o governo de Maduro, em razão de o que consideram serem "condições injustas" para a votação presidencial.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )     

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