quarta-feira, 5 de julho de 2017

Zveiter relator na CCJ

                              

      Escolhido relator da denúncia do MP contra o presidente Michel Temer pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) anunciou a quatro do corrente que o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) será o relator da denúncia do Ministério Público contra o Presidente Michel Temer, por corrupção passiva.
       A escolha não agradou ao Planalto. Apesar de correligionário do presidente, Zveiter não é considerado pro-Temer, e sim parlamentar independente.
        Segundo afirmou um assessor presidencial: "Ele é imprevisível, mas também alguém da área, e por isso pode fazer uma análise justa."
        Qualificado por aliados do presidente como "muito qualificado" e de perfil técnico, interlocutores de Temer fizeram questão de reforçar que Zveiter é do PMDB, ainda que não o relator dos sonhos do presidente.
        "Não era o nome mais alinhado, mas estava mais ou menos desenhado que não seriam escolhidos os mais alinhados. Ele é um advogado, técnico e tem bom conhecimento legal. Do ponto de vista técnico, é muito qualificado para a função - disse alguém próximo a Temer.
        Em entrevista coletiva, Zveiter disse que não será pressionado.
         A CCJ é a primeira etapa do processo de aceitação ou rejeição da denúncia pela Câmara.  Após esse passo, a denúncia ainda tem que ser aceita no plenário por pelo menos 342 deputados (dois terços dos 513).
          Há a expectativa de que outras duas denúncias sejam apresentadas nas próximas semanas pelo Procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para aliados de Temer, a primeira denúncia será rejeitada e as outras seguirão o mesmo caminho.
          Ao explicar a escolha de Zveiter para a relatoria da denúncia, o presidente da Comissão, Rodrigo Pacheco, disse que Zveiter tem notório conhecimento jurídico e é independente, critérios que havia elencado para fazer sua escolha. Segundo ainda o Presidente, é a convicção que tem de que Zveiter privilegiará a questão jurídica sobre a conveniência política.
         A princípio, o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira vai protocolar a defesa de Temer hoje. O Presidente da CCJ disse que, a partir daí, a Comissão terá cinco sessões do plenário da Câmara para se posicionar sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer e  explicou que o advogado de defesa só  falará depois de apresentado o parecer do relator. Pacheco acredita que a CCJ  votará a denúncia no dia doze de julho, podendo estender-se até o dia treze, a depender do prazo do pedido de vista. A votação em plenário dependerá, por sua vez, do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas parlamentares acreditam que ela poderá ficar para a semana do dia dezoito.
           "O calendário é esse, de votar no dia doze, mas poderá haver a necessidade de mais um dia. Mas o advogado só poderá falar depois que o relator apresentar seu parecer.  Todo o prazo da CCJ é de cinco sessões" - disse Rodrigo Pacheco.
           Por sua vez, da tropa de choque do Presidente Temer, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS),disse que nada tem contra o deputado Sérgio Zveiter.
           "É uma grande escolha."    
            Na oposição, houve discursos de elogio e outros de desconfiança.
            "Ele foi eleito pelo PSD e indicado pelo Rodrigo Maia" - disse Chico Alencar (PSOL-RJ),em  tom de crítica.
             A par disso, um dos mais importantes aliados do governo e com cargos no primeiro escalão, o PSDB deve desembarcar quase em bloco do governo,  votando a favor  da autorização da denúncia contra Michel Temer  na CCJ. De acordo com as contas da bancada, dos sete integrantes do PSDB  na comissão, apenas um ou dois votarão contra a denúncia. Um voto certo pró-Temer é o do deputado Paulo Abi-ackel (MG), que, durante as sessões da CCJ, sempre se manifesta em defesa do governo.
             O líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP), disse que houve interesse de alguns membros de serem substituídos, mas que ele não trocará ninguém.
               "Não tem sentido fazer qualquer substituição na CCJ. O partido escolheu seus integrantes lá atrás e estão todos fazendo um bom trabalho. Não vejo sentido em trocar por conveniência. Cada um votará de acordo com sua consciência",  disse o líder Trípoli.


( Fonte: O Globo )   

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