quarta-feira, 26 de julho de 2017

Sanções: revés para Trump

                           

         Donald Trump deveria desconfiar de que o seu esforço em aproximar os Estados Unidos da Rússia era trabalho ingrato e inútil. Há também no Congresso profunda desconfiança contra Vladimir Putin.
          A sua visível e afrontosa tentativa de intervenção nas eleições estadunidenses do ano passado, feita em favor de seu "amigo" Trump, constituía prato demasiado pesado para ser engolido pelo Congresso americano.
          A Câmara de Representantes, nesse sentido, aprovou ontem projeto que cerceia o poder do Presidente estadunidense de levantar sanções dos Estados Unidos contra a Rússia. Por 419 votos a três, os deputados ampliaram as penalidades contra Moscou, determinando, outrossim, que algumas dessas penalidades só poderão ser revogadas com a aprovação do Congresso.
           A Casa Branca se opõe à legislação, sob o pretexto de que ela interferiria na capacidade do Presidente de conduzir a política externa estadunidense.
            Se Trump resolver meter a sua mão nessa cumbuca, incorre em muito provável risco de fracassar. A questão é delicada, pela postura habitual do Kremlin e de seu atual senhor, Vladimir Putin. Se a amizade de Trump com Putin toca em cordas dissonantes para os parlamentares (e o Povo) americano, causa estranheza o empenho da Casa Branca em retirar as minas desse terreno, quando pesam sérias suspeitas acerca da intervenção russa (leia-se a mando de Putin) nas últimas eleições, por meio de hackers e de desinformação no intento de influir de seu favorito Trump.
              A ficha de Moscou em termos de política externa não é favorável e por muito boas razões.  A Rússia de Putin já fora objeto de sanções em 2014, pela sua invasão da Ucrânia, além da anexação da Criméia.  Tudo isso foi maquinado por Putin, para "castigar" os ucranianos de terem posto para correr o corrupto presidente russófilo Viktor Yanukovich, em decorrência da revolta da Praça Maidan,que se estendera por boa parte de 2013.
                 A Rússia foi objeto de várias sanções dos Estados Unidos, de caráter seletivo, visando a amigos e cupinchas de Putin, assim como pela descarada invasão da Crimeia, por um exército russo vestindo uniformes descaracterizados, assim como pelo emprego de alegados "separatistas" pró-Rússia, na parte oriental da Ucrânia. Essa invasão branca da Ucrânia causou também uma desgraça aérea, com o alvejamento e queda de um avião de passageiros que sobrevoava o território ucraniano. Mais tarde, se confirmou que o projetil era de fabrico russo, tendo causado a morte de 280 passageiros e 15 tripulantes do voo da Malaysian Airlines MH-17.  Após longa pesquisa, foi comprovado o megacídio do Kremlin através de míssil russo trazido para a Ucrânia pelos rebeldes apoiados por Moscou.
                  Até hoje estão em vigor várias sanções internacionais contra a Federação Russa, pela sua agressão contra a Ucrânia, e, em especial, pela anexação da Crimeia. Os visitantes dessa península encontram várias dificuldades para visitá-la, inclusive em termos de transporte aéreo.



( Fontes: O Estado de S. Paulo e internet )

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