domingo, 2 de julho de 2017

Do Exército Islâmico (2)

                              

      Há pouco escrevi blog sobre a atual situação do Exército Islâmico. A compreensível reação do Ocidente, com o apoio determinante dos Estados Unidos e, em outra faixa, da Rússia, explicam a perda pelo E.I. de boa parte de seu território, e consequente base de exploração.
      Mas como se vê pelo blog, se a base territorial encolheu dramaticamente, e com isso a arrecadação, assim como o acesso às fontes de petróleo e o comércio com preciosas antiguidades - e aí está um prejuízo cultural sensível para a Humanidade pela dispersão de patrimônio arqueológico - ela ainda resta em bolsões.
      Por outro lado, há outra dimensão do E.I., que não deveria ser ignorada. Reporto-me à sua capacidade de vibrar golpes à distância, como se tem verificado na Turquia e na Europa (notadamente, na França), mas também nos Estados Unidos, embora nesse caso, os atentados hajam sido controlados.
       Se a campanha contra os seus enclaves notadamente no Iraque, na Síria e no entorno da Turquia tiver êxito completo, restará a mensagem do Exército Islâmico e o seu potencial terrorista.
       Assim, a provável vitória do Ocidente contra o E.I., além de passar pelo fortalecimento da base territorial curda,  deverá ter presente que o terrorismo à distância terá de ser igualmente combatido.
        Nesse sentido, a campanha contra a imigração pelo estamento da direita republicana e de Trump, em especial,  é a falsa solução, tão demagógica, quanto cruel e injusta. Com efeito, a melhor maneira de granjear adeptos para essa seita será a de diabolizar o imigrante.
         O melhor remédio para vencer o preconceito contra o imigrante, se vindo com boa fé, é o da Sra. Sally Yates - a que já me referi no blog - que é uma democrata que foi afastada por Trump pelo fato de contrariar o seu decreto inconstitucional contra os imigrantes. Pensando colocá-la em situação difícil o senador republicano Ted Cruz (do Texas) lhe perguntara se estava familiarizada com o estatuto que ela havia se recusado a cumprir, e que determinara sua exoneração.  Informada sobre o número da lei,  a Sra. Yates observou na seguinte linha: Agora me relembro e a propósito há determinação adicional desta legislação, que determina que ninguém poderá ser discriminado por causa de raça, nacionalidade, ou lugar de nascimento. Escusado dizer que o Senador depois dessa resposta desapareceu de cena.
         É importante que existam - e se manifestem - pessoas como a democrata Sally Yates, ainda mais agora em que a Suprema Corte (com maioria republicana) vem com mais uma interpretação suscetível de ser transformada em ulterior obstáculo contra o ingresso de estrangeiros.


( Fonte: The New York Times

Nenhum comentário: