sábado, 29 de julho de 2017

O Obamacare sobrevive!

                              

         A principal conquista da Administração Obama resiste uma vez mais aos ataques do Senado para enterrá-la da vez. De nada adiantaram os substitutivos apresentados pela maioria republicana para mandar para o beleléu de vez a detestada (pelo GOP) Obamacare.
          Não bastava decerto jogá-la por terra. Era preciso colocar no seu lugar legislação que sustentasse o grande número de pessoas que dela dependem.
        Há uma semana enfrentam-se dois blocos de 48 senadores. De um lado, a bancada democrata, toda ela fechada com a preservação da Lei aprovada nos primórdios da primeira Administração Obama, quando os democratas tinham a maioria nas duas câmaras.
           Agora, eles são minoria no Senado (48 x 52), e na Câmara, subjugada esta pelo gerrymander, a bancada  de Nancy Pelosi também é minoria.
           Quanto ao Senado, há três senadores republicanos que votam a favor da manutenção do Obamacare, Lisa Murkowski,do Alasca, e Susan Collins, do Maine, que sendo moderadas e de acordo com as preferências de seus estados votam pela Lei do Tratamento Custeável.  Por sua vez, o herói de guerra, John McCain (tornado desafeto de Trump pelo modo grosseiro com que o candidato a Presidente ofendera gratuitamente a McCain), hoje operado por câncer cerebral. Bastaram esses três votos para levar à breca a nova tentativa de dar vida a um substitutivo  republicano para a Lei do Tratamento Custeável.
            E a famosa Lei de Obama (o ACA), por ter sido bem feita, não pode ser derrubada como uma legislação qualquer.  Muitos republicanos temem por seus votos, eis que se a derrubam sem um substitutivo que proteja os eleitores que dependem do Obamacare,  o resultado será muito negativo para os republicanos que façam aprovar algum substitutivo inepto, com graves prejuízos para aqueles que dependem, para o tratamento médico, do Obamacare.
            Quem decretou a morte de mais esta tentativa da bancada republicana  de enterrar a detestada (pelo GOP) Lei do Seguro Médico Custeável (ACA) foi o próprio  John McCain, com o sinal romano do polegar para baixo.
              Assim, a tentativa de Donald Trump - sem outra base que a inveja pelo sucesso da Reforma da Saúde  de Barack Obama, tornada possível e aprovada por Congresso então de maioria democrata - mais uma vez naufragou.  Cabe a pergunta: tentar derrubar uma lei sanitária que ajuda a tantos americanos, só por que é democrata e funciona, será motivo válido e honesto para dela desfazer-se, pela circunstância de que nada mais persegue do que pôr abaixo a grande Lei, cujo principal "defeito" é ser popular, apoiada pelos democratas e pela massa de contribuintes que carecem de sua ajuda para o tratamento médico?
               Quando voltarão os tempos do bi-partisanship, quando havia auto-respeito entre os dois partidos, e não se perdia tempo com intentos que só prejudicam aqueles que dependem de uma boa e eficaz lei da assistência médica?  Será mesmo necessário derrubá-la unicamente porque foi aprovada por Congresso de maioria democrata e que ainda por cima serve à muita gente, que carece deveras de ter acesso a indispensáveis tratamentos de saúde,e que de outra forma seriam inatingíveis para o americano contribuinte de baixa renda ?


( Fonte: The New York Times ) 

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