quinta-feira, 13 de julho de 2017

Procuradoral indicia mulher e sogra de ex-Ministro

                    
        A procuradora, chefe do M.P. da Venezuela, Luisa Ortega Diaz indiciou duas suspeitas de conexão com o esquema de corrupção da Odebrecht no país.
         São a mulher, Maria Eugenia Baptista Zacarias, e a respectiva mãe, Elita Zacarias, ambas ligadas ao ex-ministro dos Transportes e do Planejamento Haiman el-Troudi, que atuou nos gabinetes de Hugo Chávez e de Nicolás Maduro.
          De acordo com plano de delação premiada, a construtora admitiu haver pago US$ 98 milhões, em propinas na Venezuela, para obter contratos com o governo.
          No começo do ano corrente, o Ministério Público tentou prender o dirigente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Azevedo, mas ele aparentemente deixou o país.
          Diante da ruptura de Ortega Díaz com o governo, precipitada pela decisão do Tribunal Supremo de Justiça de anular as competências do Parlamento, além da repressão aos manifestantes e a convocação de uma Assembléia Constituinte, o cenário mudou e as investigações começaram a andar.
           Segundo a Procuradora, em declarações à rádio Unión, crítica do chavismo que vários membros da administração chavista estão ligados ao esquema de propinas da Odebrecht.
           Ainda consoante Luísa Ortega Díaz, o M.P. tem em seu poder contratos e provas da autorização das obras mediante propina. Além disso, muitos dos chavistas envolvidos, receberam comissões para liberá-las. Esse dinheiro, segundo a Procuradora-Geral, terá sido depositado em contas de laranjas, em paraísos fiscais.
            Além disso, Ortega denunciou ontem  que o governo Maduro anulou o passaporte de um funcionário que a representaria em encontro de promotores na Argentina. A Procuradora-geral está impedida de deixar o país pelo TSJ.
              A Procuradora Ortega Díaz também declarou  que teve dificuldades para obter informações relativas à Venezuela na Justiça brasileira. Nesse sentido, ela manifestou a intenção de enviar ao Brasil um Procurador para tentar obter depoimento de Marcelo Odebrecht, que se acha preso em Curitiba.
                Ortega Díaz afirmou, a propósito, que não reconhecerá a decisão do TSJ sobre sua eventual destituição, enquanto chavista crítica do Presidente Maduro.  Nesse contexto, o TSJ deveria anunciar  no dia de ontem decisão  a respeito da Procuradora-Geral, que é acusada de mentir em declarações contra os magistrados.
                 A ruptura da Procuradora com o governo Maduro ocorreu em meio a convulsão social e política causada pelos protestos da oposição e do Povo contra o presidente Maduro. A partir de 1º de abril, a onda de violência já provocou 94 mortes.
                    Há três semanas, o chavismo imperante equiparou os poderes da Defensoria Pública com os do MP, chefiado por Ortega Díaz, para que aquele órgão, ligado ao situacionismo,  possa descobrir  se há em curso corrupção e de ligações com o narcotráfico alguma investigação vinculando altos funcionários do governo ao caso Odebrecht.
                    Nesse contexto, a facção mais incomodada com o ativismo da Procuradora-Geral  é encabeçada pelo vice-presidente Tareck el-Aissami e o Deputado Diosdado Cabello, justamente a mais atingida por acusações de corrupção e ligações com o narcotráfico.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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