sábado, 29 de julho de 2017

Estados Unidos denuncia aliado de Maduro

                      

        O governo estadunidense congelou US$ 500 milhões em conta do Vice-presidente da Venezuela, Tareck El-Aissami, e de seu testa-de-ferro, Samark Lopez Bello.
         Os objetivos do bloqueio pelo governo estadunidense é de reforçar a pressão de Washington sobre Nicolás Maduro e seu governo. El-Aissami é atacado por suas ligações com o narcotráfico (Diosdado Cabello, o líder chavista, também é dito singrar nessas águas).
          O congelamento dos fundos tem o objetivo de forçar Maduro a respeitar a democracia e, por conseguinte, a oposição, e nesse sentido, convocar eleições abertas e limpas, e não o simulacro atual da convocação da assembléia constituinte dos barrios, e da brutal radicalização do regime.
            Segundo o Estado, Michael Fitzpatrick, subsecretário assistente para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, "tais recursos passaram a ser bloqueados em fevereiro último, quando o Departamento do Tesouro designou el-Aissami  como narcotraficante internacional". Consoante Fitzpatrick, os ativos bloqueados decorrem do tráfico de drogas e da corrupção.
              Nesta quarta-feira, em operação voltada a contra-arrestar a ação dessa quadrilha de Maduro, o governo estadunidense anunciou sanções a treze indivíduos ligados ao governo de Nicolás Maduro.  Entre eles, estão os responsáveis pela organização da eleição da Assembleia Constituinte, marcada para amanhã, 30 de julho de 2017. Os Estados Unidos e outros doze países da região verberaram a "consulta" e asseveraram que o seu propósito é o de concentrar os poderes nas mãos de Maduro.
                Ontem, 28 de julho corrente, o vice-presidente americano, Mike Pence, conversou por telefone com o líder oposicionista Leopoldo López, que, como se sabe, se acha em prisão domiciliar. Conforme o relato divulgado pela Casa Branca, Pence afirmou no telefonema que os Estados Unidos imporão sanções econômicas caso o governo Maduro mantenha a votação de amanhã, trinta de julho corrente.
                   Por enquanto, o apoio de Washington à frente democrática contra Maduro se tem limitado a sanções contra indivíduos, havendo sido as primeiras em 2015, na Administração de Barack Obama. Já em maio último foram anunciadas sanções contra o presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maikel Moreno, e sete integrantes da Câmara constitucional da Corte que se envolveram na decisão que usurpou poderes da Assembleia Nacional.
                     Nesta última quarta-feira, 26 de julho, autoridades americanas alertaram que as 545 pessoas (!) que serão eleitas para a Constituinte de Maduro também estarão sujeitas a sanções, caso assumam os respectivos cargos. Nesse caso, a penalidade será o congelamento de bens que tenham nos Estados Unidos, a proibição de entrar em território americano e o veto a qualquer transação com residentes no país.
                     Como se sabe - e foi oportunamente transmitido pelo blog - em consulta informal promovida pela Oposição 7,6 milhões de venezuelanos se  pronunciaram contra a convocação dessa "Constituinte". Dadas as circunstâncias, e as pessoas que estão marcadas para integrá-la, a expectativa é a de que ela seja totalmente controlada pelo Governo Maduro.
                     Por sua vez, o congelamento dos ativos de El Aissami resultam de vários anos de investigação sobre o tráfico de drogas na Venezuela. Por conseguinte, embora se integrem na operação, ele não faz parte das sanções adotadas por Washington por força da situação política vigente na Venezuela. Não obstante, é claro que a medida em tela aumenta a pressão sobre Maduro, tendo sido inclusive mencionada por ocasião do anúncio de novas sanções nesta quarta-feira, 26 de julho.
                     Este senhor El-Aissami assumiu o cargo de vice-presidente em janeiro último.  Antes, fora governador do estado de Aragua, havendo também dirigido o Ministério do Interior e Justiça no governo de Hugo Chávez Frias. Assinale-se, por oportuno, que o nome de el-Aissami está na lista de procurados pela Interpol.
                      Ainda conforme a fonte estadunidense, El Aissami facilitou o transporte de drogas a partir de bases aéreas e portos da Venezuela. Nesse contexto, El Aissami supervisionou múltiplos carregamentos de mais de uma tonelada de narcóticos, parte dos quais foi destinada a território estadunidense.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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