terça-feira, 18 de julho de 2017

Boas leis são difíceis de matar

                            

       Mitch McConnell, o líder da maioria republicana no Senado, por não conseguir acabar com o Obamacare, teve de reconhecê-lo. O fracasso do monstrengo que o GOP aprontara, com os pesados custos que traria aos contribuintes americanos que dependem do Affordable Care Act (A lei do tratamento médico custeável)levaram a velha raposa Mitch a reconhecer que "o esforço para revogar e imediatamente substituir o fracasso do Obamacare não terá êxito".
       Pouco importa que  o atual ocupante da Casa Branca, pelo twitter ainda não admita o fracasso do GOP. "Para ele, "os republicanos devem apenas revogar o fracassado (sic) Obamacare, e trabalhar em um Plano de Saúde que começará de zero. Mais tarde, os democratas apoiarão!"

       Não basta para os senadores republicanos chamar a Lei do Tratamento Custeável pelo apelido pejorativo de Obamacare.

      O que leva mais senadores republicanos a se voltarem contra a revogação do ACA nada tem a ver com eventuais simpatias pela grande Lei da Administração Democrata. O que faz então Mike Lee, do Utah, e Jerry Moran, de Kansas, assim como mais outros dois republicanos de boa cepa, Rand Paul, do Kentucky, e Susan Collins, do Maine, terem vindo a público declarar que eles não apoiariam o projeto de Mitch McConnell, o líder da maioria republicana no Senado que se propunha "revogar e substituir de imediato o fracasso (sic) do Obamacare"? Pois o pimpante McConnell teve de engolir a bravata e reconhecer que o projeto de repudiar a Lei do Tratamento Custeável não seria bem sucedido.
        Sem o querer decerto, os senadores republicanos talvez estejam prestando a maior homenagem possível à Lei do Tratamento Custeável. Nada mais eficaz para trazer um político ao bom-senso do que a ameaça de, no futuro, pagar com juros salgados o custo de decisão não só sectária e estúpida, mas sobremodo custosa para o contribuinte. Orçar com tal custo político - que pode transformá-los em bodes expiatórios dos projetos mirabolantes da Administração Trump - é lição que não escapa aos senadores republicanos.  

        Quando se trata da preservação do respectivo mandato, a conversa é bem outra.
          


( Fonte: The New York Times )

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