A revista VEJA desta semana estampa reportagem sob o título “Compram-se Petistas”. Mais uma vez os fatos ocorrem nos felizes domínios do Senador José Sarney. O Maranhão não é só o campeão do “Bolsa Família” – a miséria de sua população a faz abrigar-se no assistencialismo do programa social do governo, do qual se vangloria o Presidente Lula como se sua criação fosse, quando na verdade apenas continua o que fora iniciado por FHC.
Aliás, como a desfaçatez é uma das regras do regime do PT, o compromisso com a verdade cede gostosamente a vez aos princípios orwellianos do poder, como vemos com múltiplas outras reivindicações que lhe repassam a ‘autoria’ de tudo de bom de que se assenhoreou do governo anterior.
Mas voltemos ao Maranhão, a jóia do vice-reinado do Norte, de que são tão ciosos o Senador Sarney e a sua filhinha Roseana. Pois ela quer ser governadora mais uma vez ! Não contente em haver recuperado o mando em São Luís, por cortesia do altíssimo tapetão, com a cassação do adversário Jackson Lago – que se apossara do governo estadual, por haver ousado obter a maioria dos votos ! – agora o respeitável partido ODS (oligarquia dos Sarney), inquieto com a ingratidão do povo maranhense, que acena não querer a continuação da benemérita família na governança, resolveu partir para outros procedimentos.
Segundo estampa VEJA, “nos últimos meses, na esperança de conquistar a única mercadoria que talvez ainda lhe escape, a família expandiu agressivamente os negócios. Passou a investir em petistas.”
O recurso à utilização do chamado dinheiro vivo, aquele sem pai nem mãe, não é decerto novo no vice-reinado do Maranhão. Tenha-se presente a operação da Polícia Federal descobrindo na Lunus, sociedade de propriedade de Roseana Sarney e de seu marido e sócio, Jorge Murad, a soma de R$ 1,34 milhão, que maldosamente pôs por terra as justas pretensões da pré-candidata Roseana, a então preferida das pesquisas (para a Presidência !). A família e o coronel-mor contraíram então ódio mortal a José Serra, injustamente acusado de mentor daquele magistral desmonte da promissora candidatura da antiga musa das Diretas, forçada, coitadinha, a renunciar às suas pretensões presidenciais.
Agora essa suposta operação de ‘fortalecimento’ da candidatura de Roseana, em detrimento de seus opositores – e em primeiro lugar do comunista Flavio Dino, que se atreve a concorrer, em coligação PCdoB-PT, vejam só! ao governo do Maranhão. Se o PT maranhense votou pela aliança com Dino, é hora de subverter essa espúria coligação, derribando sempre no tapetão – desta feita o ‘político’ -, fazendo ressurgir o velho processo da compra dos votos.
Lula é amigo de Sarney – se não o fosse o teria acaso salvo do escândalo do Senado? – e como é ainda mais amigo de Dilma, está empenhado em conseguir a eleição da pupila de qualquer maneira. Já se livrou de Ciro Gomes, e de sua incômoda candidatura pelo PSB. Mas as preocupações para costurar a rede que levará (assim pretende !) Dilma Rousseff ao Planalto não se limitam ao âmbito federal. Estão também nas estados e seus palanques. Por isso, como diziam os antigos bolcheviques, todo poder aos sovietes!, quero dizer aos estados, desde que é lógico fechem com Dilma.
Por isso, o companheiro Lula quer a companheira Roseana outra vez no paço do Maranhão. Que seja à revelia do sofrido povo maranhense, que importa ?...
Aí vem um pensamento decerto inconveniente. Companheiro Serra, será que haveria modo de repetir a façanha de antes ?...
( Fonte: revista VEJA )
segunda-feira, 24 de maio de 2010
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