domingo, 6 de janeiro de 2019

General Augusto Heleno - Hora da Conciliação


                  

        "Obvio que é o turning point. É a hora da conciliação. Uma coisa é a campanha, outra é governar para todos os brasileiros", disse à Folha o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional e principal conselheiro de  Bolsonaro no Palácio do Planalto.
            Decano do grupo de militares que cercou o presidente durante a campanha, Heleno é chamado de "guru", por ministros de perfil político, como Lorenzoni (Casa Civil) e Gustavo Bebiano (Secretaria-Geral).
            Para o gen.Heleno, é preciso se despir das práticas usadas durante a campanha e fazer acenos, inclusive à Oposição.
             O combativo Onyx foi o primeiro ministro graduado a encampar a nova tática.  Em seu discurso de posse como chefe da Casa Civil, pediu 'pacto' com a oposição e disse que era preciso 'dialogar' para evitar erros.
              Malgrado tais modulações, Bolsonaro faria discurso duro após tomar posse. Disse que iria libertar o país do "socialismo" associado ao PT, do "politicamente correto" e da"inversão de valores".  "Não podemos deixar que ideologias nefastas dividam os brasileiros", completou, aplaudido diante de milhares de partidários.
                 De improviso, também deu eco a um dos motes de seus eleitores, aquele que diz que a bandeira do Brasil "jamais será vermelha".
                  Esse tipo de declaração sempre fez parte da estratégia de Bolsonaro. Para o gen.Heleno, esses rompantes precisam ser amenizados.
                   A avaliação do general Heleno é que é preciso adotar posição mais institucional e cons-truir apoio no Congresso para fazer avançar as reformas estruturantes, máxime a da Previdência e a tributária, logo nos primeiros meses do Governo.
                    Bolsonaro montou seu primeiro escalão baseado em indicações das chamadas bancadas temáticas - importantes para votações de uma agenda conservadora nos costumes que pretende implantar - mas ainda há dúvidas sobre como se dará a relação entre o Planalto e Congresso,para a aprovação de medidas econômicas, por exemplo.
                     E é justamente sobre essa costura que o gen. Heleno pretende atuar, ao amenizar o discurso.
                       O hoje Ministro afirmou que Bolsonaro "deu aval" à nova tática porque sabe que é preciso construir pontes com os parlamentares,mas aliados do presidente afirmam que será difícil controlar suas falas espontâneas - principalmente nas redes sociais.
                       É de notar-se a tal propósito que um dos filhos de Bolsonaro, Carlos, foi o responsável pela estratégia digital do pai nos últimos anos, marcada por críticas e ataques à oposição, e em especial  ao  PT.

(Fonte: Folha de S. Paulo)

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