sábado, 12 de janeiro de 2019

A Crise se aboleta na Casa Branca (2)


                            
          O desmanche da presidência Donald Trump continua, com velas pandas, e o maior fautor é o próprio presidente. Ele já é responsável pelo maior fechamento do governo americano na História, e continua empenhado na sua insana campanha, embora haja desistido de declarar emergência nacional, o que lhe abriria o Tesouro para utilizar nessa sua tresloucada campanha pró-construção do muro. Pelo visto, ainda lhe resta uma migalha de bom senso, pois a declaração de emergência, por ele artificialmente criada,  seria de uma imprudência política tal que nem ele teve coragem de assumi-la...
              Entrementes, cresce a justificada revolta entre os funcionários públicos americanos, cujos salários não estão sendo pagos, por disposição estatutária. O FBI demonstra evidente mal-estar, pois tem congelados os próprios meios de investigação, com claro perigo para a segurança nacional americana.
              O caráter fútil dessa determinação - que não passa de um rompante de Sua Excelência - sem qualquer fundamento em emergência nacional tende a ainda mais minar-lhe a eventual confiança que porventura ainda mereça, eis que toda essa encenação de fundos para o "muro"  contra a suposta invasão das hordas mexicanas e centro-americanas só lhe aumenta a impopularidade, eis que não passa de uma gigantesca encenação política, que muito tem contribuído para corroer o eventual depósito de bom-senso que lhe poderia se atribuído, além de causar uma generalizada revolta entre os serviços do FBI, os de Imigração, bem como os funcionários públicos em geral, que são forçados a leiloar os próprios bens para conseguir dinheiro para fazer as compras...

             Por outro lado, outra personalidade que não se deixasse arrastar por ideias e decisões fúteis - que prejudicam já milhões de pessoas - sopesaria melhor o estrago na própria imagem - já bastante atingida, de resto, como se vê, pelo fato de que o FBI esteja empenhado em investigar uma possível conjura de Trump com os russos, em detrimento do interesse nacional americano.

              Trump surge o maior inimigo dele próprio, da forma em que sabota a sua remanescente popularidade - que anda claramente pelos baixios - e pelo que parece facilitar uma intervenção dos órgãos federais de segurança para promover a sua acusação, nos termos de um eventual impeachment  - não é descontado pelos expertos em impeachment, com probabilidade crescente, dada a sua impopularidade e a crescente erosão acrescida do respectivo prestígio.

( Fonte: O Estado de S. Paulo  )      

Nenhum comentário: